O Facebook restringiu a conta de André Ventura durante 24 horas. O bloqueio ao líder do Chega tem que ver com publicações denunciadas como conteúdo de ódio, que vão contra as normas da plataforma. Uma delas também já tinha levado o deputado a ser suspenso do Twitter, em maio. André Ventura já reagiu dizendo que considera "estranho que seja sempre o Chega e partidos da sua família política a serem atingidos pela censura das redes sociais, a nível interno e internacional", disse ao jornal "Público".
Na origem da restrição do Facebook está uma publicação feita em março a propósito de uma notícia sobre o facto de o ministro da Administração Interna suspender a execução da pena aplicada ao agente da PSP Manuel Morais por chamar, no seu Facebook pessoal, "aberração" a Ventura e aludir à decapitação de "racistas nauseabundos". André Ventura partilhou a notícia acrescentando um cometário: "Se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!".
Esta foi uma das declarações que levaram à nova suspensão nas redes sociais, mas há outra em causa, também publicada em março. Diz respeito a uma crítica aos partidos que recusaram estar presentes no funeral do tenente coronel Marcelino da Mata, o Comando africano do Exército português que se destacou na guerra na Guiné.
Perante o bloqueio, agora do Facebook, Ventura afirmou ao mesmo jornal que o partido continuará "a resistir", reforçando o que já tinha prometido após a suspensão de 12 horas no Twitter.
Na prática, a conta de Facebook de André Ventura pode continuar a ser vista, bem como conteúdos antigos que não violem as regras da rede social. Contudo, algumas ou todas as funcionalidades estão bloqueadas, incluindo a opção de fazer novas publicações.
Em alternativa à conta pessoal no Facebook, na conta do partido Chega já chegou uma reação à restrição imposta este domingo, 13 de junho. "A perseguição política ao Partido Chega e a André Ventura por parte das redes sociais, mas também e especialmente do Governo, continua sob diversas formas e metodologias, nomeadamente pela censura, demonstra claramente o quão gravemente ferida está a democracia em Portugal!", pode ler-se na publicação do partido. "Somos os únicos verdadeiros alvos de censura. Vergonha!", termina a publicação que se faz acompanhar da notícia do "Correio da Manhã" sobre o bloqueio da rede social.