A Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Infarmed esclareceram, este domingo, 14 de março, num comunicado conjunto, que a vacina da AstraZeneca contra a COVID-19 continuará a ser administrada em Portugal por não haver evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países. "Até ao momento não há evidência de que a vacinação possa estar na origem destes eventos", afirmam.
No mesmo comunicado, adiantam que em Portugal o Sistema de Farmacovigilância registou até hoje dois casos de eventos tromboembólicos após a tomada da vacina da AstraZeneca, "sendo que não apresentam o mesmo padrão clínico dos que se encontram em avaliação" pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA).
Para além disto, este sábado, 13 de março, a DGS e o Infarmed já tinham assegurado que os lotes da vacina da AstraZeneca suspensos em vários países por suspeita de estarem relacionados com eventos tromboembólicos, "não foram distribuídos para Portugal".
Também este domingo, a Irlanda foi mais um dos países europeus que, como medida de precaução, suspendeu também a administração da vacina desta empresa. A DGS e a Infarmed recordam que os casos notificados na Noruega, e que levaram à decisão da Irlanda de suspender a vacina em questão, "estão a ser avaliados pelo Comité de Segurança, PRAC, da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (EMA), esperando-se uma conclusão durante a próxima semana".
"O número de eventos tromboembólicos comunicados na população vacinada na União Europeia (cerca de 5 milhões de doses) e no Reino Unido (cerca de 11 milhões de doses) continua a não ser superior ao verificado na população em geral", destacam ainda as duas entidades portuguesas no comunicado garantindo que "este assunto continua a ser acompanhado pelas autoridades nacionais de saúde, através da sua participação na avaliação que decorre a nível europeu em conjunto com as autoridades congéneres europeias, nomeadamente em reuniões a decorrer na próxima semana".
AstraZeneca afirma que não há risco acrescido de coágulos associado à vacina
Este domingo, 14 de março, a farmacêutica AstraZeneca comunicou que levou a cabo uma avaliação das pessoas vacinadas com a sua vacina contra a COVID-19 e referiu que a investigação não encontrou indícios de um risco acrescido de formação de coágulos sanguíneos. O processo de verificação envolveu mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido.
"Uma avaliação cuidadosa de todos os dados de segurança disponíveis, relativamente a mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido com a vacina contra covid-19 da AstraZeneca, mostrou que não há provas de um risco acrescido de embolia pulmonar, trombose venosa profunda ou trombocitopenia [ou plaquetopenia], em nenhum grupo definido por idade ou género, lote ou país", lê-se no comunicado da empresa citado pelo jornal "Público".
Até ao momento, a vacina da AstraZeneca já foi suspensa em países como Noruega, Dinamarca, Islândia, Bulgária, Áustria e também a Tailândia atrasou a sua campanha de vacinação.