Entre todas as medidas que devemos adotar nesta altura de emergência, uma das mais importantes é lavar frequentemente as mãos. E lavar frequentemente as mãos, tanto com sabonete, com álcool ou gel desinfetante, desgasta a pele e pode criar algumas feridas. A MAGG falou com dermatologistas para perceber de que forma é possível minimizar o impacto deste cuidado de higiene indispensável.
De acordo com a dermatologista Manuela Paçô, o álcool/gel na pele das mãos é lesivo a vários níveis, uma vez que "destrói o filme, ou película hidrolipidica que reveste a pele, permitindo a perda de água e desidratação cutânea". A especialista refere ainda que estes produtos destroem a flora natural de microorganismos sobre a pele e que é necessária para que esta funcione adequadamente como barreira protectora. "Estes factos também têm como consequência maior permeabilidade da pele em relação ao meio exterior", acrescenta.
A dermatologista Susana Vilaça reforça esta ideia. "Nesta fase que estamos a viver é realmente aconselhado lavar várias vezes as mãos. Uma medida necessária para nos proteger a nós e aos outros. No entanto, a superfície da pele vai sofrer danos. A própria água seca a pele para não falar de detergentes e desinfetantes. Os desinfetantes tem a propriedade de desengordurar, que por sua fez destrói o perfil lipídico (e protector) da pele."
A formulação do álcool em gel aumenta a permanência do álcool sobre a pele, o que é útil para atingir o objectivo de desinfecção, mas potencia vários efeitos lesivos para com a pele.