Mais um dia, mais uma pessoa a insurgir-se contra José Castelo Branco, depois de Betty Grafstein, 95 anos, ter movido um processo de violência doméstica contra ele. Desta vez, Maria José Regalo – ou Mizé, como era apelidada –, que era empregada doméstica do socialite em Nova Iorque no início dos anos 2000, veio dar a sua versão dos factos e dizer que a joalheira vivia sob o controlo opressivo do companheiro.
"O José Castelo Branco tratava-a muito mal, não deixava a senhora fazer nada. Ela parecia mesmo uma criança. A senhora não era livre", relatou Maria José, aconselhando repetidamente Betty a "deixar esse homem", disse a mulher à "Vidas", citada pelo "Correio da Manhã". "Não sei porque é que nunca tinha feito queixa dele, mas ainda bem que fez agora. Agora é uma mulher, antes era uma palhaça nas mãos daquele homem", acrescentou.
Maria José Regalo também afirmou que Betty Grafstein era forçada a usar sapatos de salto alto, mesmo tendo outros modelos mais confortáveis e apropriados à sua idade. "Ela tinha uns sapatos Chanel baixinhos. Mas ele obrigou-a a calçar os sapatos de saltos altos. A uma mulher de uma certa idade", frisou Mizé.
Além disso, a alimentação também era, segundo a empregada doméstica da dupla, bastante controlada. "Ele comia bem e não deixava comer a senhora. Eu fazia o jantar e só me deixava servir uma conchinha de arroz. Não deixava a senhora comer mais. Nós [funcionários] também comíamos mal. Ele era miserável", afiançou Maria José Regalo.
Contudo, embora nunca tenha presenciado objetivamente uma agressão, Mizé diz que ouviu muitos gritos e presenciou os sinais de violência enquanto viveu com o casal – e até lembrou um episódio em que desconfiou de que José Castelo Branco teria passado das marcas.
"Uma vez, ouvi muitos gritos, mesmo muitos. Fui lá e bati à porta, mas o José Castelo Branco mandou-me embora. Só se ouvia a ele. Quando saíram da divisão, perguntei à Betty Grafstein se o Castelo Branco lhe tinha batido. Ela disse-me logo que não. Mas bateu, tenho a certeza absoluta", frisou Mizé, citada pela mesma publicação dizendo que viu a joalheira com o rosto todo negro.
Contudo, nem os empregados se safavam dos comportamentos violentos do socialite, segundo Maria José. "Ele queria bater-me porque queria que eu vestisse dois ou três dos seus casacos para levar mais roupa na mala. Mas eu não queria, porque, primeiro, não era o seu burro de carga, e, segundo, porque eram casacos de marca caros e tinha medo de estragar", revelou.
Mizé chegou a contar um episódio em que quase foi agredida fisicamente. "Levantou-me as mãos. Se não fosse o presidente da Chanel, que estava connosco, já tinha levado. Consegui fugir nesse momento, mas ele apanhou-me. Quando estava a entrar para o elevador, ele agarrou-me o pescoço. Rebentou-me um fio", desabafou, acrescentando que este terá ficado a dever-lhe dinheiro.
Betty Grafstein permanece no Hospital CUF, em Cascais, onde está internada desde o dia 20 de abril, na sequência de uma queda. A joalheira contou que sofria de maus-tratos por parte de José Castelo Branco, algo que foi denunciado ao Ministério Público pelos responsáveis do hospital – o que culminou na detenção do socialite, que foi obrigado a usar uma pulseira eletrónica para se manter longe da mulher. Entretanto, a joalheira já terá dado início ao processo de divórcio.