Cristina Ferreira marcou presença no "Conta-me", o programa de conversas intimistas da TVI, este sábado, 9 de setembro, o dia do seu 46.º aniversário (que celebrou com recurso a uma festa temática, inspirada em personagens de Hollywood). A entrevista, conduzida por Maria Cerqueira Gomes, tornou-se uma retrospetiva dos últimos anos da vida da apresentadora e diretora de Ficção e Entretenimento da TVI.
Depois de se ter vestido de noiva na sua festa de aniversário, motivada por Carrie Bradshaw, a protagonista de "O Sexo e a Cidade", o casamento (e a vontade de, um dia, poder vir a experienciá-lo) foi um dos temas em que tocou. "Sou fascinada por casamentos e um dia ainda gostava de casar", garantiu Cristina Ferreira, frisando que ainda quer encontrar alguém que fique ao seu lado "para sempre".
Este tema surge na sequência de ter sido questionada por Maria Cerqueira Gomes sobre António Casinhas, aquele que foi o seu único companheiro (pelo menos, publicamente), durante 15 anos, e com quem tem um filho. Isto porque, desde que se separou em 2011, a apresentadora não assumiu nenhum relacionamento – mesmo que, volta e meia, haja quem ache que está envolvida com algum colega ou amigo.
"Houve um período da minha vida que eu não deixei que ninguém entrasse", contraria, acrescentando que teve de fazer um "luto" pela relação, tendo usado o trabalho como fuga. "Tive alturas em que eu vinha quieta [para a televisão], a luz acendia, eu fazia a festa, a luz apagava e eu voltava a estar quieta", frisa, dizendo que estava completamente alheia à beleza das pessoas que a rodeavam.
Apesar de já se encontrar numa fase diferente – em que vive mais a vida, segundo a própria –, não deixa de ter o ex-namorado presente e ainda aproveitou para lhe deixar algumas palavras ternurentas. "Teve a atitude mais generosa comigo – deixar que o meu filho, e ele perdeu muito com isto, dormisse todos os dias comigo", garante.
"Eu nunca senti falta de filho. O Casinhas sentiu muita falta de filho. Mas isto mostra o amor que ele tem por mim e pelo meu filho. E eu tenho que agradecer", continua Cristina Ferreira, acrescentando: "O Casinhas vai ser amor para toda a vida, porque eu nunca vou conseguir deixar de o amar". Mas acabou por rematar: "Quando aprenderes a estar sozinha, cumpriste a tua missão na vida".
"Eu gostava muito que dissessem 'ela tentou fazer diferente'"
Motivada pelo dia de aniversário e pela passagem de mais um ano, a conversa com Maria Cerqueira Gomes fez com que Cristina Ferreira assumisse uma atitude de introspeção – sobre a vida pessoal e sobre a carreira. "A perceção de finitude começa a estar muito presente", confessa a apresentadora.
Questionada em relação ao facto de desempenhar vários papéis na sua vida – o de filha, mãe, apresentadora e diretora de uma estação –, diz que o percurso que trilhou fê-la perceber a razão pela qual há muitas mulheres que desistem pelo caminho, especialmente num mundo "feito de homens" como é o da televisão.
Ainda assim, garante que é forte o suficiente para aguentar e que, no rescaldo da renovação de contrato (uma "decisão solitária" e que a fez perceber quem é que estava ao seu lado), a estação saiu beneficiada. "Houve aqui algo que me emocionou no sentido de perceber que, talvez, só tenha sido agora que muitas pessoas perceberam as minhas decisões dos últimos tempos", afirma.
Mas por muito que goste de estar à frente das câmaras, onde vai voltar este domingo, 10 de setembro, para a apresentação de mais uma edição de "Big Brother", garante que gosta mais de "pensar a televisão". Isto porque gosta de fazer coisas novas, não se contentando em percorrer uma estrada que já foi pisada por tantos outros.
"Já tive a melhor dupla das manhãs. Já tive o melhor programa da manhã. Quando eu já fiz, eu só preciso de outra coisa", garante – e esse é um dos prazeres que o "Big Brother" lhe traz, já que os concorrentes têm o poder de tornar o formato inusitado. Contudo, não descura as saudades que tem de fazer um programa em que está à conversa com pessoas que a emocionem.
Voltando ao tom introspetivo, Cristina Ferreira, ao longo deste 46 anos de vida e 20 de carreira, tem a certeza de uma coisa: "Eu gostava muito que dissessem 'ela tentou fazer diferente'", afirma, referindo-se à narrativa que gostava que aqueles que a conheceram contassem, quando já não estiver cá.