Não é fácil ser o rei Carlos III. Ou Kate Middleton. Ou William. A família real tem uma vida que, a olho nu, parece ser bastante glamourosa e opulenta, mas também estão cheios de regras de etiqueta, que vão do vestuário a coisas que não podem fazer em público. E nem a alimentação escapa a isto.

Os membros da família real britânica têm de se afastar de quatro alimentos, segundo o "Birmingham Mail". É o caso da cebola e do alho, que, apesar de serem pilares da gastronomia mundial (e, especialmente, nos refogados portugueses, por exemplo), não são utilizados nas refeições da realeza – e quem o diz é o ex-chef real, John Higgins.

"No Palácio de Buckingham, não se cozinha com alho ou cebola", revela o mesmo, citado pela publicação britânica. Esta regra, aplicada nomeadamente no âmbito de eventos reais e banquetes de estado (dentro e fora do país), foi confirmada pela própria rainha Camila durante a sua participação no "Masterchef Austrália". "Odeio dizer isto, mas alho... alho é proibido", explicou a monarca, referindo-se ao hálito.

Isto aplica-se também ao marisco – pelo menos, em eventos ou compromissos reais. O objetivo é evitar o risco de intoxicação alimentar. "Não queremos que um membro da família real sofra uma reação grave de intoxicação alimentar, especialmente durante uma viagem internacional", diz o ex-mordomo do rei Carlos III, Grant Harrold, segundo a mesma publicação.

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Além disso, há um alimento em particular que o monarca baniu em novembro de 2022. O atual monarca do Reino Unido enviou uma carta à PETA, organização não-governamental que defende os direitos dos animais, na qual deixava bem explícito que o foie gras não ia marcar presença nas refeições da família.

Em português, esta iguaria significa fígado gordo e consiste em fígado de patos ou gansos alimentados até à exaustão. A medida aplica-se, atualmente, a todas as residências da família real britânica, incluindo Balmoral, Sandringham, Windsor, Hillsborough e, claro, a residência oficial do rei e da rainha, o Palácio de Buckingham.

Por detrás desta decisão estará o percurso de ativismo ambiental que Carlos III tem trilhado desde jovem. Por exemplo, com apenas 21 anos, fez um discurso para um comité no País de Gales, no qual alertava para as implicações ambientais que o petróleo e os resíduos de plástico acarretam.

Desde então, tem sido bastante transparente ao defender as questões ambientais no Parlamento Europeu e em conferências globais, como a COP26, em 2021, cimeira na qual discursou sobre o papel do setor privado na aceleração da transição para a extinção das emissões de dióxido de carbono. Em 1990, Carlos III até fundou uma empresa de alimentos orgânicos, a Duchy Originals.