Depois do documentário "Harry & Meghan", há mais revelações bombásticas feitas pelo duque de Sussex sobre o deteriorar da sua relação com a família real britânica. O “The Guardian” obteve uma cópia do livro "Na Sombra" (que chega ao mercado a 10 de janeiro), no qual o príncipe Harry relata que foi agredido pelo irmão William. O episódio aconteceu em 2019, em Nottingham Cottage, quando ainda morava lá com a mulher, Meghan Markle.
William, agora príncipe de Gales, numa conversa com o irmão, terá apelidado a cunhada de “difícil”, “rude” e “abrasiva”. O duque de Sussex acusou o irmão de estar a repetir a narrativa da imprensa. Os dois envolveram-se numa acesa discussão até que William terá dito que estava só a tentar ajudar. A isso, o duque de Sussex terá respondido: “a sério? Ajudar-me? Desculpa – é o que chamas a isto? Ajudar-me”. Este comentário terá enraivecido o príncipe de Gales, que seguiu o irmão até à cozinha e partiu para a violência quando Harry lhe ofereceu um copo de água.
De acordo com o relato feito no livro, William agarrou no irmão, arrancou-lhe um colar e atirou-o ao chão: “Aconteceu tudo tão rápido. Muito rápido. Ele agarrou-me pelo colarinho, arrancou-me o meu colar e atirou-me para o chão. Caí na tigela do cão, que se partiu debaixo das minhas costas e os estilhaços cortaram-me”, terá escrito Harry no livro.
William terá incentivado o irmão a responder à agressão e, segundo Harry, terá abandonado a sala. Quando voltou, parecia arrependido e terá pedido ao irmão que não contasse o sucedido a Meghan. Primeiro, o duque de Sussex terá ligado ao terapeuta para desabafar, mas não conseguiu esconder por muito tempo os arranhões e hematomas da mulher.
Em “Na Sombra”, o príncipe revela ainda que foi incentivado pelo irmão e pela cunhada, Kate Middleton, a usar o um uniforme nazi numa festa em 2005. Este episódio foi notícia em todo o mundo e obrigou Harry a fazer um pedido de desculpas público.
Relata também um episódio em que o rei Carlos III terá pedido aos filhos: "não tornem os meus últimos anos de vida numa miséria", depois do funeral do príncipe Filipe, em abril de 2021. No livro, o neto da rainha Isabel II que, juntamente com a mulher, abandonou funções enquanto membro sénior da família real britânica, fala também da sua infância, da relação com os pais e o irmão e de como se “sentiu a mais”. Contém algumas memórias com a mãe, a princesa Diana e com a avó, a rainha Isabel II. Harry volta a falar do aborto espontâneo que Meghan Markle sofreu em 2021, dos seus pensamentos suicidas e das insinuações de comportamentos racistas nos círculos da realeza.
“Quero uma família, não uma instituição”. As entrevistas de Harry sobre o livro
Harry deu duas entrevistas no contexto do livro, que serão divulgadas no domingo, 8 de janeiro, dois dias antes do lançamento de "Na Sombra". Já está disponível um trailer da entrevista ao canal britânico ITV, onde Harry diz querer “uma família, não uma instituição”. “Eu gostava de ter o meu pai de volta, gostava de ter o meu irmão de volta”. Sobre uma possível reconciliação, o príncipe garante que “a porta está sempre aberta". "A bola está do lado deles”. Diz também que não sabe se se vê a fazer parte da monarquia no futuro.
No mesmo dia, é emitida nos Estados Unidos uma outra entrevista, desta vez ao programa "60 Minutes", da CBS News. O duque de Sussex recebe o jornalista Anderson Cooper na sua casa na Califórnia e garante que não irá voltar a ser parte integrante da família real britânica.