Na madrugada desta quarta-feira (29), foi inaugurada, em Goa, na Índia, uma estátua de Cristiano Ronaldo. O objetivo? "Inspirar jovens a praticar futebol". No entanto, estas intenções não estão a ser compreendidas ou aceites pelos locais, que não pouparam as críticas. Evocam e associam esta iniciativa ao passado colonialista português.

Este ano, celebra-se 60 anos do fim da ocupação de Goa por parte de Portugal. O estado indiano esteve sob controlo português desde o século XVI e até 1961. Salazar recusou-se a abandonar Goa mesmo após o início do processo de descolonização dos ingleses, em 1947. Em 1961, as forças armadas da Índia tomaram Goa e anexaram-na ao território.

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A estátua em homenagem ao futebolista português está a ser mal recebida. Os habitantes têm criado ligações ao passado de Portugal e Goa e também argumentado que o próprio país tem jogadores que mereceriam estátuas. "É preciso ter orgulho nos nossos jogadores, como o Samir Naik ou o Bruno Coutinho", afirmou um goês, como avançou a Rádio Renascença, citando a agência de notícias asiática, ANI.

"Estamos muito tristes por esta estátua", assegurou o mesmo homem. Também os ativistas parecem discordar deste passo: "Colocar aqui uma estátua de um jogador português neste ano é um sacrilégio. Condenamos isto. Muitos que lutaram pela liberdade de Goa sentem-se ofendidos", disse o ativista Guru Shirodkar e revelou a mesma agência.

A decisão de erguer uma estátua de Cristiano Ronaldo partiu do governo local, que a classificou como "um pedido dos jovens". Durante a inauguração, esta quarta-feira, e segundo o jornal "Times of India", houve até quem içasse bandeiras pretas como sinal de descontentamento. CR7 ainda não se pronunciou quanto a este assunto.