A família do humor português está de luto. Morreu esta quarta-feira, 20 de outubro, Tiago André Alves. A notícia foi avançada na conta de Instagram do Lisboa Comedy Clube. "Sempre com um sorriso, a fazer rir ou a ajudar quem queria trazer gargalhadas aos palcos, hoje ficamos com menos um senhor da comédia nacional… A nossa homenagem ao Tiago André Alves".
O humorista (e também agente do comediante e guionista Guilherme Fonseca) tinha sido diagnosticado com um cancro terminal em 2017 e, na altura, o seu médico deu-lhe "12 a 18 meses" de vida, como revelou, em conversa com António Raminhos, no episódio do podcast "Somos Todos Malucos", publicado esta quarta-feira. Tiago foi inicialmente diagnosticado com um cancro da nasofaringe (cabeça e pescoço), cujas metástases alastraram para os nódulos linfáticos e para os ossos.
Em 2018, Tiago André Alves foi o mentor do espectáculo "Morrer a Rir", para angariar fundos para o IPO de Lisboa.
Em 2o20, e como doente paliativo, o humorista escreveu no "Observador" um artigo de opinião sobre a eutanásia, na qual defendeu o direito à liberdade de escolha. "Aqueles que são contra a eutanásia limitam-me sem que eu lhes conceda autorização para tal. Tacitamente, estão a impor-me uma série de ideologias e valores que não vão, de todo, ao encontro dos meus. Em oposição a isso, ter a liberdade de escolha em nada limita, impede ou restringe a liberdade de outros de não escolher o mesmo que eu. É simples e é bonito: mais liberdade e autodeterminação para uns não implica menos liberdade para outros".