Depois dos programas de Ellen DeGeneres e Kelly Clarkson terem sido acusados, pelos membros da equipa, de que as condições de trabalho não eram as mais favoráveis, desta vez é o talk show de Jimmy Fallon que está debaixo de fogo. As alegações de um ambiente de trabalho tóxico chegam na sequência de uma reportagem da "Rolling Stone", publicada esta quinta-feira, 7 de setembro – e o apresentador já se veio desculpar.
"Caos, comédia e 'quartos de choro': por dentro do 'The Tonight Show' de Jimmy Fallon" é o nome desta reportagem, que acabou por levantar o véu sobre o ambiente "tenso" e "bastante sombrio" que paira sobre os bastidores. Aliás, esse mau ambiente vai "muito além dos limites do que é considerado normal no mundo de alta pressão da televisão noturna", lê-se na publicação.
A reportagem é composta por depoimentos de 16 funcionários sob anonimato, dois dos quais ainda trabalham no programa, e vão desde membros da equipa de produção até aos que trabalharam no escritório ou com os argumentistas. Além dos que foram despedidos, muitos apontam a saúde mental como um dos fatores que os levou a abandonar o formato.
Desde que foi para o ar, em 2014, o comediante tem conquistado os espectadores com a sua personalidade cómica e afetuosa, algo que contrasta com aquilo que é revelado na reportagem. Isto porque é acusado de trabalhar alcoolizado e de perpetuar um ambiente de medo nos bastidores, criticando e maltratando os funcionários. "Era como se, caso o Jimmy estivesse de mau humor, o dia de toda a gente ficava lixado", disse uma das fontes, citada pelo "Chicago Tribune".
Entretanto, o apresentador já se pronunciou sobre o sucedido, tendo pedido desculpa aos funcionários pelo seu comportamento ao longo dos anos. "É embaraçoso e eu sinto-me tão mal. Desculpem se vos envergonhei, à vossa família e amigos", disse Jimmy Fallon numa reunião com o staff do programa, de acordo com a mesma publicação.
"Sinto-me tão mal que nem imaginam", continuou Jimmy Fallon. "Eu quero que este programa seja divertido. Devia ser inclusivo para toda a gente, devia ser engraçado, devia ser o melhor programa e as melhores pessoas", concluiu o apresentador.
O programa está no ar desde 2014 e, desde então, já teve nove showrunners – e nenhum deles quis fazer declarações a apoiar o programa ou o apresentador, depois de terem sido contactados pela "Rolling Stone" no âmbito da reportagem. A par disto, a revista diz ter contactado mais de 80 atuais e antigos funcionários, que não quiseram dar a cara pelas declarações.