No final de junho, a rubrica da Renascença criada por Joana Marques entrou de férias. O "Extremamente Desagradável", onde os acontecimentos mais bizarros da atualidade nacional são escrutinados pela humorista (com os trocadilhos hilariantes de Ana Galvão e os comentários sarcásticos de Inês Lopes Gonçalves), só regressa em setembro, mas em dose dupla: na rádio, como habitualmente, e com quatro espectáculos ao vivo, nos Coliseus de Lisboa e Porto.
Como está a ser esta pausa para Joana Marques? "Estou a tentar ter uma vida normal como as outras pessoas, acho que é assim. Não estou a adorar. Se é isto que as pessoas fazem normalmente, não adoro, mas vim experimentar", começou por afirmar a humorista que, juntamente com o marido, o também humorista e locutor da Renascença Daniel Leitão, marcaram presença na zona VIP do NOS Alive esta quarta-feira, 6 de junho.
Com o sentido de humor que a tornou uma das mulheres mais escutadas de Portugal, Joana professa o seu desamor por este tipo de andanças. "É muita gente e, aqui neste espaço, a probabilidade de estarem pessoas de quem eu já falei e que talvez não tenham gostado muito, é grande. Mas eu gosto de viver assim no risco", admite.
Mesmo um olhar pouco treinado encontraria alguns dos visados do "Extremamente Desagradável" naquele espaço reservado a convidados, como Cristina Ferreira ou a influenciadora digital Madalena Abecasis. Ainda assim, Joana Marques faz questão de frisar que, cara a cara, nunca teve numa abordagem menos simpática.
"As abordagens ao vivo costumam ser simpáticas. As mais agressivas estão na internet e ainda bem que é assim". No entanto, relativiza. "Há pessoas que eu percebo que não gostaram, mas não precisam de dizer nada para eu perceber. Acho normal e razoável que não gostem, portanto ficamos assim. Se as pessoas não disserem nada, percebo que, em principio não adoraram. Acho que é bastante humano não adorar estar na berlinda e tudo bem. Uma coisa mesmo desagradável nunca me aconteceu, e ainda bem."
2022 foi um dos anos mais agitados para Joana Marques, pelo menos profissionalmente. Além da rubrica "Extremamente Desagradável" e de integrar a equipa de guionistas de "Isto é Gozar com Quem Trabalha", fez parte do painel de jurados de "Ídolos". Terá o talent show da SIC sido um teste para voos mais altos e, quem sabe, um programa a solo na estação de Paço de Arcos? "Da minha parte, não", faz questão de frisar Joana Marques. Questionada pela MAGG se já teve conversas com Daniel Oliveira, diretor geral de Entretenimento do grupo Impresa, nesse sentido, a humorista responde. "Não. Neste momento não gostava de fazer mais nada do que já faço, até gostava de fazer menos. O meu plano é fazer menos do que mais."
"Tenho mesmo de me impor um descanso para, em setembro, estar na plena posse das minhas capacidades"
Casados há quase oito anos, Joana Marques e Daniel Leitão são pais de Xavier, de 5 anos e de Nicolau, que completa 2 anos no final deste mês de julho. Pelo menos até setembro, a humorista vai passar mais tempo em família. "Todo o agregado familiar fica contente, ou não, porque vou passar mais tempo em casa", brinca.
Mais a sério, explica a importância de saber parar. "Eu própria agradeço porque é muita coisa ao mesmo tempo. Embora o programa do Ricardo [Araújo Pereira], tenha parado em maio, foi um ano assim muito intensivo, sem fins de semana, então é bom ter dois meses mais de normalidade, até para continuar a ter gozo a fazer aquilo, para não se tornar uma tarefa difícil. Eu, de facto, tenho, e como tenho, acho que é bom, de vez em quando, parar e fico contente que as pessoas tenham saudades. Mas sei que as pessoas rapidamente me trocam por outra qualquer."
Sobre o regresso daquele que é o podcast mais ouvido de Portugal (e a pressão para continuar a fazer rir diariamente quem a segue), Joana Marques diz que tenta "não pensar muito" no tema. "Sinto uma pressão minha porque há muita matéria sempre. Logo no dia seguinte a parar, houve uma emissão dos Emmys na TVI e eu 'fogo, não devia ter parado agora!'. Só que isso vai sempre acontecer. Vai haver festas de verão, ou seja, se eu estiver à espera de uma semana sem nenhum acontecimento em Portugal não há, o que é bom sinal. Tenho mesmo de me impor um descanso para, depois, em setembro, estar na plena posse das minhas capacidades", reflete.