Miguel Melo deu a conhecer duas décadas de luta contra a dependência de drogas, que diz ter vencido graças à mãe. “[Foi ela] que me deu vida e que me salvou a vida", contou a Júlia Pinheiro, no programa das tardes da SIC esta segunda-feira, 8 de maio. O que começou por ser um vício na adolescência, que afirma ter iniciado devido ao seu trabalho como bailarino, acabou por se tornar num “consumo de solidão”, referiu no "Júlia".

Psiquiatra alerta para estímulos em crianças e compara uso de smartphones à dependência de drogas
Psiquiatra alerta para estímulos em crianças e compara uso de smartphones à dependência de drogas
Ver artigo

O ator, mais conhecido pelos risos que provocava na televisão, começou o seu percurso a movimentar-se pelo mundo da dança. Desde então, já participou em vários espetáculos, séries e peças de teatro, e integrou o elenco de Filipe La Féria, do qual fez parte durante 10 anos. Ficou mais famoso pelo seu papel na sitcom “Os Batanetes” e participou ainda em programas como os “Morangos com Açúcar” e a “Quinta das Celebridades”, na TVI.

Numa retrospetiva de 40 anos de carreira artística no "Júlia", o ator falou sobre a sua época enquanto bailarino. "Descobri que existia um químico que me punha a saltar mais alto, a sentir mais energia e não era o único bailarino que usava esse químico. (…) Só que num ano, destruiu a minha carreira, porque usava diariamente."

Miguel Melo
Miguel Melo foi o convidado de Júlia Pinheiro no "Júlia" desta segunda-feira

A dependência começou aos 16 anos, enquanto dançava no Ballet Gulbenkian, sendo que Miguel “usava esse químico para trabalhar”, dado que enfrentou uma grande carga de trabalho desde que era novo, explicou o artista. Mas a droga teve o efeito oposto, quando se tornou “incompatível com aquele trabalho”, uma vez que incentivava um ambiente de festas e saídas à noite.

Sobre a perceção das pessoas sobre esta dependência, Miguel salienta: “Há muita gente que minimiza os químicos, mas usam químicos para acordar, usam químicos para acalmar, e a noção que há neste País do toxicodependente é que é aquele que anda a arrumar carros e a injetar, mas a dependência química é igual".