Os duques de Sussex estiveram na Nigéria a semana passada e, embora calorosa, a receção foi marcada por uma polémica inesperada. Um dos membros do comité de boas-vindas foi Allen Onyema, CEO e presidente do conselho de administração da Air Peace, que está a ser alvo de acusações nos Estados Unidos de um alegado esquema de lavagem de dinheiro e fraude bancária.

Durante a visita de três dias ao país, no âmbito do 10.º aniversário da Invictus Games Foundation, a dupla voou de Abuja, a capital, para Lagos a bordo de um avião da Air Peace. À chegada, foram recebidos por Onyema na pista de aterragem, onde foram fotografados lado a lado e num clima de cumplicidade, diz o "Daily Mail". E a polémica irrompeu pelo facto de o par se ter associado a uma pessoa que está indiciada de vários crimes.

Fundada por Allen Oneyma há pouco mais de uma década, a Air Peace é a maior companhia aérea da África Ocidental e realiza voos internacionais. O empresário de 59 anos é, desde 2019, procurado nos Estados Unidos. Isto porque está a ser acusado de "usar o seu estatuto de líder empresarial proeminente e executivo de uma companhia aérea para lavar mais de 20 milhões de dólares [mais de 18 milhões de euros] da Nigéria através de contas bancárias nos Estados Unidos da América", lê-se no tablóide.

As acusações contra Onyema foram apresentadas pelo ex-procurador dos Estados Unidos, Bjay Pak, e estão agora sob a jurisdição do procurador do Distrito Norte da Geórgia, Ryan Buchanan. Segundo a acusação, Onyema organizou aquisições multimilionárias que serviram como fachada para a sua fraude – e tudo começou em 2010, quando começou a visitar Atlanta de forma regular e onde abriu várias contas bancárias.

Entre 2010 e 2018, mais de 44,9 milhões de dólares foram transferidos para as suas contas a partir de fontes estrangeiras. O CEO da companhia área fundou-a em 2013 e, nos anos seguintes, comprou vários aviões nos Estados Unidos. Contudo, o Departamento de Justiça alega que mais de 3 milhões de dólares (mais de 2 milhões e 700 mil euros) usados na compra de aviões vieram de contas ligadas às suas fundações e empresas na Nigéria.

Mas o fundador da Air Peace não é o único membro da companhia aérea a ser acusado. O chefe de administração e finanças, Ejiroghene Eghagha, também está a ser alvo de várias acusações, das quais a conspiração para cometer fraude bancária, fraude em pedidos de crédito e roubo de identidade agravado são exemplos.

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Ainda assim, não há qualquer indicação de que Harry ou Meghan tivessem conhecimento do histórico criminal do empresário antes de se encontrarem e de serem fotografados ao lado do mesmo. Ainda de acordo com o "Daily Mail", o casal inicialmente até tinha planeado utilizar uma companhia aérea diferente ao longo da viagem, mas os planos foram alterados à última hora.