Quando se instalaram em Marvila, revolucionaram a forma de beber cerveja na cidade. Com a Musa, levaram as pessoas a rumar à zona oriental de Lisboa, não só para experimentar as cervejas que foram criando ao longo destes últimos três anos, mas porque, de repente, havia um espaço amplo, de dois andares, com área para concertos e até quizzes, a contrastar com os bares do Cais do Sodré onde às vezes é difícil ter espaço até para levar o copo à boca.

É por isso que, mesmo agora com a abertura de um novo espaço numa zona mais central da cidade, ali entre a Bica e o Cais do Sodré, o interior do bar mistura-se com o pátio exterior, não só para quem gosta de acompanhar a cerveja com um cigarro, mas para quem prefere continuar a conviver sem atropelos.

Morada: Calçada Salvador Correia de Sá, 2, Lisboa
Horário: 26h-24h; sexta 16h-02h; sábado 13h-02h; domingo 13h-22h (fecha à segunda-feira)

Se na Musa de Marvila, o foco era — e continua a ser — entrelaçar a cerveja com a música, na Musa da Bica a ideia é dar protagonismo aos petiscos que, de alguma maneira, emparelham com a cerveja que sai das 15 torneiras disponíveis. E para dar a bênção a esta união, a cervejeira conta com Leonor Godinho, que deixou a cozinha do Feitoria para se dedicar àquilo que mais gosta de fazer. "Comida deliciosa", descreve. Simples assim.

E como a cerveja é, por si, um fermentado, é a este mundo que Leonor se tem dedicado nos últimos tempos. "Tentamos usar o mínimo de produtos processados e, por isso, fazemos quase tudo de raiz", explica. É o caso do chucrute e do kimchi, por exemplo, dois fermentados feitos à base de hortaliças, que Leonor vê crescer nos frascos que prepara na cozinha que, finalmente, é só sua.

Leonor Godinho é a chef à frente de uma cozinha de onde só sai 'comida deliciosa'. É ela que o diz.

Passou pelos restaurantes do Altis Belém e com o namorado e também cozinheiro, Edgar Bettencourt, serviu alguns dos mais famosos almoços de domingo na Musa de Marvila, que tanto podiam viajar até às onion rings americanas como fazer uma paragem a norte para servir o sarrabulho que Edgar aprendeu a fazer em casa dos pais, em Viana do Castelo.

Agora a solo, Leonor mistura todas as inspirações geográficas num menu que serve de acompanhamento perfeito a uma cerveja artesanal. Há pãozinho de queijo com e sem chouriço (2€ ou 2,50€), falafel de tremoço (3,50€), tacos de camarão (7€) e frango frito (5,50€). As sandes têm sido um sucesso, refere Leonor, e são feitas com ingredientes nada convencionais, postos sempre entre duas fatias de pão da padaria fermentação natural Terrapão. A Katsu Sando (8€) leva pluma de porco preto e é feita em pão brioche tostado com kimchi caseiro e a Reuben (8€) é feita com um tão raro de encontrar em Portugal, ainda mais caseiro, pastrami. Leva ainda chucrute e queijo suíço.

Musa. A fábrica de cerveja que serve almoços ao domingo (com comida que faz as pessoas felizes)
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Todos os dias há uma salada diferente disponível, com os ingredientes que Leonor encontra no mercado. Sorte a nossa que naquele dia havia abóbora e chicória. Grelhou-as e da mistura com queijo feta e quinoa criou uma das saladas mais saborosas de que temos memória. Mas também há sempre "uma fritaria" do dia, — calharam-nos as puntillitas — que bem sabemos que a maioria não acompanha cerveja com alfaces.

Para a conceção do espaço, a equipa podia não estar segura do que queria, mas sabia seguramente aquilo que queriam evitar. "Não queríamos o estilo em madeira que já tínhamos no outro espaço, queríamos fugir ao estilo nórdico que agora está em todo o lado e também não fazíamos questão que fosse vintage", explica Bárbara Simões, responsável pela comunicação do espaço. Vai daí que pintaram as paredes e o teto de lilás, a complementar o alumínio que usam para dar o "ar de tasca", como lhe chama, até porque aquele espaço foi, em tempos, a Tasca da Tijúlia, uma das mais conhecidas da zona.

Mantiveram os balcões de alumínio, o mesmo material com que são feitas as travessas, os marcadores de mesa e os suportes para os guardanapos. Tudo pronto para servir os petiscos e as cervejas, mas também os tais almoços de domingo, que passam de Marvila para a Bica. O primeiro acontece a 28 de julho, três dias depois da inauguração oficial da Musa da Bica, marcada para 25 de julho — e fica a cargo do ex-chef do restaurante japonês Bonsai, Lucas Azevedo.

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