O pão devia ser celebrado todos os dias. Torrado e com manteiga, se possível. Mas houve alguém que se lembrou que o dia 16 de outubro era uma data para celebrar esta mistura mágica de farinha, água e sal e nós festejamos isso.
Como os tempos pedem casa mais do que nunca, reunimos aqui uma lista de pequenos artesãos — outros já não tão pequenos assim, que o pão é um sucesso — que produzem especialmente para lhe entregar em casa o pão mais fresco e sempre feito de forma artesanal.
Padaria do Vizinho
Daniel Aboim, 41 anos, licenciado em Direito, advogado durante 12 anos e, mais recentemente, gestor de alojamento local. Se alguma vez se imaginou a fazer do pão a sua vida? Não, claro que não. Mas a necessidade e a paixão por ver a massa mãe crescer-lhe na cozinha falaram mais alto.
Sem casas para gerir devido à pandemia, e já com algumas formações feitas na área da padaria, decidiu avançar em março com a produção de pão em casa para vender a quem estivesse interessado na forma artesanal como trabalha.
Desde início que faz três variedades, todas com 500 gramas: trigo (3€); mistura de trigo e centeio (3,5€); sementes (4€) e uma versão de figos, passas e nozes (4€). E o sucesso foi tal que a cozinha de Daniel já não era suficiente para a produção. Além disso, é também ele que, de mota, faz as entregas em Lisboa, Odivelas, Oeiras e algumas zonas de Loures.
Conseguiu finalmente um espaço seu, em na rua Luís de Camões, 119, em Algés, que terá o mesmo nome pelo qual já todos o conhecem: Padaria do Vizinho.
Pachamama
A Pachamama já não é novidade para ninguém disto do pão de qualidade. Já estão presentes em várias cadeias de supermercado e também entregam em casa — com portes grátis a partir dos 12€.
Com uma nova imagem, a marca prepara agora um novo site para encomendas. Ainda assim, pode já espreitar em pachamama.pt as variedades disponíveis, tão originais quanto pão de banana e canela ou pão de espelta com curcuma e pimenta preta.
Para assinalar o Dia Mundial do Pão, esta sexta-feira, 16 de outubro, todos os pães estão com 20% de desconto.
Pão da Rita
Rita vive na mesma aldeia onde nasceu e estava habituada a, todas as manhãs, abrir a porta de casa e ter pão fresco que a padeira ia entregar de madrugada.
"Entretanto o pão deixou de ser pão", lamenta, e como queria voltar aos sabores de infância, decidiu testar em casa, com as farinhas e as técnicas mais tradicionais.
A família estava abastecida mas, durante a pandemia, eram muitos os que lhe pediam para fazer pão, substituindo as padarias de todos os dias, que estavam fechadas ou com horários reduzidos.
Rita comprou um forno semi industrial e todos os dias faz ente seis e doze pães, e entrega tudo pessoalmente em casa dos clientes, na zona de Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis.
As variedades são muitas, que a imaginação de Rita cresce com a levedura. Os pães mais básicos — de trigo ou centeio — custam 3,50€, mas depois há variantes com sementes, com pepitas de chocolate, com azeitona e orégãos ou curcuma, que custam 3,50€
As encomenda spodem ser feitas através do Instagram, a montra que Rita usa para mostrar o pão de cada dia.
Pão em casa
Pelo nome, percebemos que isto das entregas não é coisa nova para esta empresa. Mas com um vírus que não deixa as pessoas circular à vontade, ganharam uma importância extra. O Pão em Casa oferece a possibilidade de entrega de pão logo pela manhã todos os dias, se assim o pretender, ou pontualmente. Basta para isso fazer um registo no site e atualizar o seu pedido sempre que quiser fazer alguma alteração.
Há pães de vários tipos, croissants e pastelaria. Tudo é feito antes das 8 da manhã e sem contacto físico — o funcionário deixa a encomenda à porta. Só tem que abrir a porta, o saco e preparar o pequeno-almoço ainda com o pão a fumegar. Ah, melhor de tudo? Funcionam em várias zonas do País, desde Braga a Faro (mas o melhor mesmo é seguir a página de Facebook, plataforma que usam para atualizarem a lista de concelhos abrangidos).
Pão do Pastor
Eduardo Pastor cresceu a ver a mãe e a avó a fazer pão em casa para os almoços de domingo. Em criança até ajudava, mas depois mudou-se para São Paulo, formou-se em publicidade e nunca mais mexeu em massa.
Quando veio para Portugal, em 2014, ainda não havia esta loucura do pão de fermentação natural. "De repente, não tinha pão para comer", conta à MAGG. Telefonou à mãe a contar o fenómeno e ela sugeriu voltar à receita que aprendeu em criança.
Eduardo fez o fermento, fez o pão e o resultado fez com que regressasse à sua infância. Entusiasmou-se nas experiências e, num fim de semana, encheu a cozinha de pão. Na segunda-feira decidiu levá-lo para a agência onde trabalha e, no final do dia, até já havia colegas a encomendar.
A partir daí, nunca mais parou. Criou a página Pão do Pastor e faz fornadas à quarta-feira e ao sábado, de quase 30 pães de cada vez, sempre por encomenda para evitar o desperdício.
Com a pandemia, o negócio ganhou força e da cozinha de casa tem agora uma micropadaria montada na cozinha do Ponto Mais Doce da Cidade, em Campo de Ourique. É lá que as pessoas podem ir levantar os pães, ainda que também faça entregas em casa.
O pão tradicional, de trigo (3€/450gr; 6€/900gr), nunca sai do menu, mas conte sempre com novidades, como o de curcuma com pimenta, chia e sésamo e até brioche de queijo amanteigado. "Uma delícia", garante.