Pensaram em abrir um turismo rural e até lhes passou pela cabeça largar tudo para se dedicarem à agricultura biológica. "Sabíamos que queríamos ter algo nosso e que fosse ao encontro do que já é a nossa filosofia de vida", conta Sofia à MAGG. Filosofia essa que se prende com o comer bem e viver de forma a que o respeito pelo planeta não seja comprometido.
Sofia e o namorado, Fábio, os dois da área de gestão, decidiram finalmente pôr esses sonhos em prática, materializando-os na abertura da ComVida, uma cafetaria saudável com parte de mercearia biológica em Oeiras, de onde são naturais.
Quem vê agora a cafetaria aberta, bem decorada, com boa música e cozinha a funcionar a bom ritmo, não adivinha os meses de espera até verem as portas finalmente abertas.
"Despedi-me do meu emprego em marketing e decidi que, durante uns meses, me ia dedicar a cozinhar em casa", conta Sofia. Isto, no ano passado. Uma oferta de emprego de última hora para Fábio que os levou seis meses para Frankfurt, a par de uma pandemia global, fizeram com que todos os planos de 2019 passassem para 2020. E foi dia 31 de outubro que, finalmente, abriram a cafetaria, não sem antes criarem uma equipa que ajudasse quem nunca tinha trabalho numa cozinha profissional.
Sofia estagiou um mês no Kitchen Dates, o restaurante zero desperdício em Lisboa, para aprender algumas técnicas e convidou a chef Virginia Kulaif, que antes passou pelo My Mothers Daughters, também em Lisboa, para ajudar na cozinha.
Sofia e Virginia elaboraram o menu, que queriam que fosse minimalista, "para que tudo tivesse qualidade". Contem, por isso, com poucas opções, mas que podem ser pedidas independentemente da hora.
Ainda assim, se pensarmos em pequeno-almoço, há um papas de aveia com manteiga de amendoim, puré de fruta e granola (5,50€), panquecas com molho de alfarroba, fruta, granola e manteiga de amêndoa (6,50€) e uma tosta doce, feita com manteiga de amêndoa, fruta desidratada, fruta fresca e granola (6,50€).
O pão é da padaria Massa Mãe, em Benfica, e tem sido um sucesso. Além de venderem para fora, é com ele que fazem as tostas mas também os hambúrgueres, uma das opções que muda semanalmente. Esta semana, por exemplo, apanhamos um exemplar de beringela e chutney picante de abóbora (10,50€).
Há ainda um prato principal que também muda todas as semanas, consoante o que chega dos fornecedores. Como exemplo, espreitem o atual: assado de cogumelos, quinoa, frutos secos com molho de cogumelos, puré de batata doce e feijão verde salteado (8,50€).
As sobremesas não foram esquecidas e nenhuma aqui é adoçada com nada além de fruta. Na montra vemos bolos, tartes e trufas, mesmo a pedir para serem escolhidas para acompanhar o café, servido em copo grande, para os apreciadores de um bom café de filtro.
Além da cafetaria, este novo espaço tem também uma mercearia que é, na verdade, uma espécie de despensa do restaurante. "É que nós usamos na cozinha tudo o que acabamos por vender aqui", refere Sofia. Por lá estão legumes e frutas de produtores locais — as maçãs, por exemplo, são pequeninas e "com defeito", que Sofia usa para fazer o puré de fruta, evitando assim que vão para o lixo —, mas também cereais, leguminosas, chás, vinhos e cervejas artesanais.
Sem rótulos na porta, na ementa ou nas cabeças dos criadores do projeto, a cafetaria é, para já, totalmente vegan, mas Sofia não descarta, por exemplo, passar a ter queijos de produção nacional na mercearia e usá-los também em alguns pratos.
Veja aqui alguns dos pratos saudáveis, vegan e cheios de sabor que pode encontrar no ComVida: