O El Clandestino morava na zona do Príncipe Real, em Lisboa, mas com a pandemia acabou por ir para outras bandas. Cascais foi o local escolhido e onde abriu oficialmente ao público a 20 de maio. O que muda? O chef, a carta, os cocktails e a decoração. É tudo fresquinho e está pronto para que todos conheçam e sinta as vibes peruanas, asiáticas e Michelin. Esta última mais ou menos, vá.
"Tivemos a sorte de tropeçar num chef peruano que trabalhava num restaurante de estrela Michelin, em Lima [capital do Peru]. Ele é peruano mesmo, tem família em Portugal e estava com alguma vontade de vir para cá. E nós tivemos a sorte de tropeçar nele neste contexto todo", conta à MAGG um dos sócios do El Clandestino, João Batista.
Estava tudo alinhado para uma parceria de sucesso com o chef Teófilo Quiñones, sendo que, pelo menos, os sinais apontavam para isso desde o início. "Confesso que no fim da primeira prova com ele entendi que tínhamos aqui a receita para as coisas correrem bem", continua João.
E a receita multiplicou-se em várias que fazem agora parte da carta totalmente renovada, com exceção dos ceviches, permanecendo o mixto, com vários peixes, cebola roxa, aji e batata doce (13€), o tradicional peruano (13€) e o de atum (12€). Nas novidades, há então para entrada um crepes vietnamitas, com camarão e vegetais (9€), lombo pimenta, com passas vinho do Porto e espargos (18€) e ossobuco cozinhado a fogo lento em vinho tinto com chalotas (13€).
Como o chef tinha experiência em cozinha peruana com influências asiáticas no conceito Michelin onde trabalhava, no El Clandestino foram introduzidos os mesmos sabores, como os baos, de salmão (9€) ou ossubuco (7€), e o tallarin salteado no wok, isto é, noodles com porco, frango, camarão e vegetais (12€).
Quanto a um possível toque Michelin, tendo em conta o currículo do chef, João Batista deixa as opiniões para quem provar. "Confesso que não sou um fã e frequentador de restaurantes de estrela Michelin, mas sempre que ele cozinhou para nós nas provas e agora no restaurante, sinto que há ali alguma coisa de especial, sem dúvida nenhuma", nota.
Um cruzamento de gastronomias, até com prego na ementa
Pelo meio da carta do El Clandestino encontramos ainda influências italianas num risotto de cogumelos funghi (12€) e também português. Não é que há um prego na ementa? E tem uma razão de ser.
"O espaço onde estamos era uma instituição em Cascais, o antigo Piper's Pub, onde as pessoas às duas e três horas da manhã iam comer um prego ou hambúrguer. Então decidimos manter o prego do Piper's. Está na carta como prego do lombo à Piper's. Foi desenvolvido depois pelo nosso chef, que arranjou depois o chimichurri [molho tradicional na Argentina e no Uruguai] e uma mostarda mais engraçada", explica João Batista.
O prego em homenagem ao pub que funcionou durante mais de 40 anos em Cascais custa 11€ e pode ser pedido nas mesmas horas, já que o El Clandestino funciona às sextas-feiras e sábados até às 4 horas da madrugada.
A acompanhar com um prego ou outras iguarias peruanas, há música de Dj todas as sextas-feiras e sábados (dias do horário prolongado de fecho), assim como novos cocktails na carta desenvolvida pelo chef de bar Eduardo Gomes.
Em breve, a marca El Clandestino vai voltar a Lisboa para uma nova localização. Até lá, descubra os novos sabores do clandestino que não anda fugido de ninguém e quer mesmo que todos se juntem à festa.