Não comem carne. Nem peixe. Nem marisco. Nem ovos. Nem mel. Pode parecer aborrecido, limitativo, extremista até. Mas quem segue uma dieta sem proteína animal, garante que tudo o que precisa — tanto em termos nutricionais como de sabores — é atingido através de uma junção inteligente de vegetais, cereais e leguminosas.
Mas até o mais íntegro dos seres humanos, que não mata nem a formiga que lhe passa no braço, tem momentos daqueles nos quais tudo fica melhor com uma trinca num hambúrguer, ou num cachorro quente, ou até num gelado de vários sabores e cheio de toppings.
Não podemos falar aqui do pecado da carne, porque essa aqui não entra, mas podemos falar da gula, esse pecado tantas vezes consumado num balcão de fast-food de um qualquer centro comercial.
E se, até há poucos anos, as únicas opções sem carne nos shoppings ficavam-se pelas pouco entusiasmantes saladas, agora, mesmo quem come de tudo tem vontade de se aventurar pelas ofertas baseadas em vegetais, frutas, leguminosas e cereais. Não falamos aqui de uma mera mistura de alface e tomate. Falamos aqui de hambúrgueres, batatas fritas, massas e gelados. Tudo o que um vegano merece.
Vegana Burgers
Já quase todas as hamburguerias do País têm uma opção vegetariana e, muitas, até vegana. Neste caso, além da carne ter que ser substituída por outro ingrediente, também o ovo e o queijo são banidos da torre de gulodice.
Na Vegana Burgers não é preciso perder tempo a folhear o menu até encontrar uma dessas opções. Tudo aqui é livre de proteína animal.
As opções de hambúrguer têm conjugações tão imprevisíveis como beterraba e arroz integral, quinoa e lentilhas laranjas, cogumelos e feijão preto ou amendoim e grão e podem custar entre 6,50€ e 8,45€. O pão assume várias texturas e sabores, graças aos ingredientes utilizados. Fica azul no caso da spirulina, roxo quando a base é de cebola roxa ou cor de rosa se o pão for de beterraba. As opções de acompanhamento seguem a linha saudável e, apesar de haver batata frita, há também saladas, palitos de cenoura ou cuscuz.
Atualmente, aquela que se apresenta como a primeira cadeia de fast-food vegano está apenas em Lisboa e Cascais: no Atrium Saldanha, Cascais Shopping e no Cais do Sodré (Praça D. Luís I, 30).
Joshua Shoarma
Têm mais de 30 lojas em todo o País, não vai ser difícil encontrá-los. O Joshua Shoarma é uma cadeia de comida inspirada na gastronomia do Médio Oriente, uma zona do mundo que, naturalmente, já tem mais opções sem carne ou peixe. Veja-se o caso do húmus ou do babaganoush, dois tipo de patê feitos à base de grão e de beringela e que pode ser comido tanto como entrada ou prato principal.
A lista de petiscos veganos fica completa com um kibbi de vegetais (1,60€), pita chips (0,80€) e beringela com tomate (1,95€).
Além dessa opção, os restaurantes da cadeia, que está há quase 30 anos em Portugal, têm disponível um hambúrguer vegano, feito à base de grão, que se vem juntar aos já conhecidos falafel, bolinhos de grão de bico, típicos daquela zona do mundo mas apreciados seja qual for a time zone.
As opções veganas, tal como as outras, podem ser servidas em pão pita, em versão wrap, em salada ou no prato com acompanhamento (os preços variam entre os 6,60€ e os 8,50€).
A cadeia Joshua Shoarma está presente em praticamente todos os centros comerciais do País, mas pode consultar aqui a lista atualizada.
Padaria Portuguesa
Estão por todo o lado. Literalmente. Já é difícil parar num qualquer sítio em Lisboa, olhar em volta e não ver uma Padaria Portuguesa.
Têm opções para pequeno-almoço, almoço, lanche e, mais recentemente, até brunch. Melhoraram os menus, começaram a fazer pão artesanal, têm agora opções mais saudáveis para quem consegue resistir ao pão de Deus e, naturalmente, essa evolução deu-se também no sentido de apresentar mais opções para quem não come qualquer tipo de proteína animal.
Na loja da Avenida da República — Padaria Portuguesa Lab — há a salada Panzanela, feita à base de pão, tomate e manjericão, mas em todas as lojas da cadeia está disponível a salada vegan, feita com couve kale, batata doce assada, beterraba, quinoa, húmus, maçã verde e sementes (5,90€) e a sanduíche vegan, que leva azeitona, húmus, tomate confitado e pepino (4,95€ em menu)
Wok to Walk
Nesta cadeia de fast-food asiática, é o cliente que monta o prato, o que só por si já facilita. É que no Wok to Walk, não é que não faltem opções de carne, peixe e marisco, mas também é vasta a lista para quem não come proteína animal. Para esses, a base pode ser noodles de arroz, noodles integrais, quinoa ou vegetais e como topping, deixamos aqui algumas sugestões: tofu, cogumelos, couve kale, rebentos de bambu, mistura de pimentos, manga ou ananás. Na parte dos molhos, também os há para todos os gostos, com a garantia de que o teryaki, o agridoce, o picante e o de soja light são vegetarianos.
O cliente pode criar o seu prato ou seguir uma das sugestões do menu, de onde faz parte também a opção vegan: noodles de arroz, bróculos, tofu e cogumelos com molho teryaki (8,75€).
Esta cadeia de fast-food está representada um pouco por todo o País. Deixámos-lhe aqui a lista completa de restaurantes.
daTerra
Começou no norte, onde já está espalhado por vários pontos do Porto, Matosinhos e Viseu. Chegou recentemente a Cascais, para mostrar que é possível ter um restaurante em modo buffet sem perder a qualidade.
O daTerra oferece almoços e jantares 100% vegetarianos com pratos inspirados na cozinha internacional, como é o caso da lasanha ou do caril de abóbora. Mas há também sopas, saladas e sobremesas, tudo feito com o cuidado de escolher os melhores ingredientes, cozinhando-os de forma a que não percam a qualidade nutricional.
Ao fim de semana e, para já, apenas no daTerra da baixa do Porto, o buffet transforma-se, oferecendo opções de brunch como panquecas, taças de açaí, fruta e bolos, todos veganos.
A lista de restaurantes e respetivos horários podem ser consultados no site do restaurante. Adiantamos apenas que o buffet de brunch tem um preço de 5,90€ e o de almoço e jantar 8,50€.
Gelados
Não é assim tão difícil encontrar opções de gelado para quem quer fugir ao leite, ingrediente comum a quase todos. Na verdade, basta optar por um sorvete e fugir ao cone (pode levar manteiga ou ovo) para ter uma escolha segura.
A MyIced, por exemplo, com lojas abertas em todo o País, tem mais de 60 sabores disponíveis, alguns deles veganos, além de serem também livres de glúten, lactose e açúcares. Recentemente, lançaram o gelado de carvão vegetal, feito com base de iogurte de soja e, por isso, apto para veganos. O preço varia consoante o peso do gelado, influenciado também pela quantidade de toppings escolhidos e que podem ir desde a fruta às bolachas, gomas ou sementes.
A Amorino, com lojas de rua e também presentes no centro comercial Vasco da Gama, por exemplo, tem pelo menos dez sabores de gelado veganos, seja de chocolate ou sorvete de fruta e, além disso, a bolacha do cone também é feita sem proteína animal. Seja em cone ou copo, é possível escolher diferentes tamanhos, com mais ou menos sabores, e os preços variam entre os 3,50€ e os 9,50€.