No bairro dos Anjos, em Lisboa, nasceu A MATA, que, como o nome indica, é um espaço com plantas por toda a parte. Contudo, pelo meio encontram-se também mesas e cadeiras, torneiras de cerveja à pressão e petiscos a saírem da cozinha. No fundo, é este o conceito do novo espaço em Lisboa, de portas abertas desde 30 de setembro de 2021.
"A comida é algo que temos, mas não somos de todo uma coisa próxima a um restaurante ou nada que se pareça", esclarece de imediato Diogo Lopes, co-responsável pelo espaço. "Somos uma loja de plantas, onde existe um bar. Somos um espaço que está aberto em horas muito diferentes e que vai mudando muito consoante o dia vai chegando à noite".
O espaço foi criado por cinco amigos — Diogo Lopes, Francisco Sá, Francisco Martins, Martino Gallo, e António Abreu —, que juntam mais este projeto às respetivas carreiras. Ambos os Franciscos são também responsáveis pelo Palheta Bar, no Cais do Sodré, e Francisco Sá faz ainda parte de projetos como O Bom, o Mau e o Vilão, no Cais do Sodré, e a Hamburgueria da Parada, em Campo De Ourique.
Quanto a Diogo Lopes, que já trabalhou na restauração e na organização de atividades culturais, tem-se dedicado às plantas nos últimos anos, começando a interessar-se pelas hortícolas antes de chegar às plantas ornamentais. É com esta experiência que ajuda quem visita A MATA a escolher que planta levar para casa.
"Estamos aqui para aconselhar as pessoas. Há quem tenha começado só agora este percurso de ter umas plantinhas em casa e há pessoas que são super entendidas e que já conhecem as plantas que vendemos", refere Diogo. A pandemia deu um empurrão para que nos tivéssemos tornado, além de padeiros, jardineiros de varanda, mas ainda há quem não se tenha aventurado.
Esses provavelmente sairiam d'A MATA com uma alocasia ou um lótus, plantas recomendadas por Diogo Lopes por darem pouco trabalho, e uma pessoa mais entendida poderá levar do espaço uma calatia. "As pessoas que entram neste espaço muito ocupado por plantas, veem a possível riqueza que pode dar às suas casas e é por isso que estamos aqui a partilhar esse amor", continua o co-proprietário.
Dos vasos para os copos
Há quem comece o dia a comprar plantas, quem passe a tarde a trabalhar ou estudar n'A MATA — dado que na zona dos Anjos há muitos nómadas digitais —, e quem vá à noite para uma bebida composta da "bela garrafeira".
"É um espaço de convívio, um espaço que vende plantas até à meia noite e temos alguma programação cultural", anuncia Diogo Lopes.
A animação é um dos pontos fortes, não fosse A MATA dedicada ao convívio, juntando assim música e no futuro também exposições. "Estamos muito felizes porque há muita gente que quer vir aqui tocar. É um espaço muito bonito para tocar e para [os artistas] exporem as suas obras", refere.
A acompanhar os momentos culturais, há empanadas (2,50€), bruschetta de tomate (3,50€), sandes da Mata, com cachaço ou barriga de porco e maionese caseira (3,50€), salada de búfala (6,50€) e uma lista de bebidas que não acaba.
Além de sumos naturais (desde 1€) e cafetaria (desde 0,70€), nas bebidas com álcool encontra-se gin (a partir de 5€), Licor Beirão (3€), vinho (desde 2,80€) e os famosos cocktails, alguns feitos com ervas aromáticas que estão nos vasos d'A MATA. O Love Me or Leave Me e o Lady Holiday (7€) são os da casa.
Estão assim reunidas as condições que permitem respirar novo oxigénio nos Anjos ao entrar n'A MATA.
"Um sítio de convívio, com alguma programação cultural, um sítio que é agradável sem grande confluência de pessoas: acho que é isso que A MATA veio dar e dá para enriquecer o bairro", remata Diogo Lopes.