Na Rua Washington N.º 98A, em Lisboa, abriu esta quinta-feira, 16 de setembro, um novo restaurante. Chama-se Tataoim e é compreensível que tenha tido alguma dificuldade em dizer o nome. É palavra que pertence ao dialeto das crianças, mais precisamente de Thom, com três anos.
"Desde muito novo sempre teve uma relação com a comida muito boa e soube dizer tudo o que estava a comer. Tataoim surge da forma como ele chama a manteiga de amendoim", explica a mãe de Thom, Bárbara Rodrigues, de 30 anos, cantora. Na altura, Thom só pedia "banana com tataoim" mas agora já pode pedir uma imensidão de opções que fazem parte da carta do novo restaurante dos pais: o Tataoim.
Se ainda assim está com dificuldades, aprenda como dizer a ouvir o próprio Thom.
Apesar de o espaço ser novo, o projeto não o é. Bárbara e Rodolfo Rodrigues, de 33 anos, que é músico e trabalha simultaneamente na área da comunicação, começaram este projeto em plena pandemia, primeiro em modo caseiro. Delineavam uma ementa semanal, confecionada em casa, onde qualquer pessoa podia recolher em take away. O sucesso foi tanto, que decidiram dar o passo seguinte e, quando encontraram o lugar perfeito, abriram o restaurante 100% vegan com o qual já sonhavam há dois anos quando vieram do Brasil para Portugal.
Se é Tataoim, não pode faltar manteiga de amendoim no menu
Bárbara, quem desenhou a ementa, já era vegetariana e despertou para outras vertentes da alimentação na gravidez, como a cozinha sem glúten ou sem lactose — interesse que foi aprofundando. "Quando começou a introdução alimentar do Thom, é que eu e o Rodolfo mergulhámos no mundo da alimentação. Interesso-me muito pela parte nutricional e ele [Thom] teve muito esse papel no nosso gosto pela comida e inventar as receitas".
Com o Tataoim, o objetivo do casal é chegar a todos os estilos de alimentação, bem como intolerâncias, ao oferecer "comida de verdade, sem nada de origem animal" e uma ementa 90% composta por ingredientes feitos pela própria Bárbara, desde a ricota de tofu ao pão dos hambúrgueres.
Como é obvio, manteiga de amendoim é coisa que não pode faltar no menu, que vai desde os brunchs às opções à carta. Quanto ao brunch, existe o médio, com tosta aberta ou tapioca, bebida quente e fria (8€) e o completo, com dois pães de beijo, dois mini croissants, pãozinho de cenoura e cúrcuma ou de batata ou torrada de pão de abóbora e especiarias, com três acompanhamentos à escolha, bebida quente e fria, e um doce à escolha (10€).
Já à carta, o amendoim está por toda a parte, desde a tapioca servida com banana e manteiga de amendoim (6€), as cookies de amendoim, aveia e chocolate (2,50€), a tortataoim, com chocolate com amendoim caramelizado e flor de sal (3,50€) e o smoothie de banana, com leite de aveia e manteiga de amendoim (4€). Igualmente tentadores são os pães de beijo (desde 2,50€ por quatro unidades), e as opções leves, como a tosta de queijo vegan e tofu fumado (3,50€), e a tosta aberta em pão de abóbora com especiarias, com ricota de tofu e caponata de beringela e salada a acompanhar (6€).
Para um almoço mais reforçado, o Tataoim tem hambúrgueres de grão ou lentilhas e aveia, acompanhados de batatas (9€), que pode combinar com cerveja Musa (10,50€). Ao sábado, é servido um almoço especial: feijoada vegan (9€), que acompanha com arroz, couve ao alho, vinagrete, laranja e farofa de banana. Qualquer uma das opções pode comer no restaurante ou levar para casa.
Os pratos são tão coloridos quanto o espaço, especialmente a esplanada que foi decorada por Jhon Douglas, artista plástico e músico brasileiro, (com uma ajuda de Thom), e a ideia é que o espaço ganhe ainda mais vida no futuro.
Bárbara e Rodolfo já estão a pensar levar músicos e artistas plásticos e receber cursos de cozinha e outros eventos ligados à saúde e arte no Tataoim, mas, para já — uma vez que estão só os dois à frente da Tataoim — é o convívio é à volta de uma mesa recheada e completamente vegan que vai dominar o espaço.