Conhecem a iniciativa Palavra do Ano, que elege a palavra mais pesquisada nos motores de busca a cada dezembro? Pois pensem na mesma lógica para a última semana e acho que não há dúvidas de que uma palavra foi mais pesquisada, dita e escrita do que todas as outras desde a passada segunda-feira, 5 de abril. Ainda não chegou lá? Esplanadas, meus caros. ES-PLA-NA-DAS.

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Assim, e porque como qualquer mortal, também eu estava desejosa de experimentar uma refeição num restaurante, uni o útil ao agradável e fui conhecer a Zero Zero, neste caso no Parque das Nações. Há muito que me recordo de ter ido ao espaço do Príncipe Real, e apesar de só o ter feito uma vez, lembro-me do restaurante como tendo uma das esplanadas mais bonitas de Lisboa. Será que a do Parque das Nações iria proporcionar o mesmo impacto?

Tenho boas e más notícias. A boa é que, apesar de o restaurante do Príncipe Real continuar a ganhar a corrida, o espaço da Alameda dos Oceanos não desilude — mesmo nada. O rio está ali ao lado, somos protegidos do sol com muita vegetação a fazer sombra, e esqueçam lá as cadeiras de plástico. Entre poltronas e cadeiras com confortáveis almofadas, esta é a esplanada perfeita para quebrar o confinamento.

zero zero
A vista para o rio Tejo ainda torna a esplanada mais apetecível.

A má notícia — exceto para o restaurante — é que eu não sou a única a achar isto. À hora de almoço de uma quinta-feira, dizer que a esplanada estava cheia é dizer pouco. À exceção das poucas mesas livres a aguardar as reservas (aleluia que era o meu caso), sinto que existiam pessoas por todo o lado. Espalhadas, porque #distanciamento, mas por todo o lado.

Percebi entretanto que o método para evitar aglomerações de clientes era entregar um daqueles aparelhos que apitam e acendem uma luz vermelha por todos os lados, que vibravam assim que a mesa estivesse pronta. Não faço ideia se o método já existia pré-pandemia, mas funciona. É caso para dizer: porreiro, pá.

E se no departamento de esplanada e segurança (com todas as mesas com o distanciamento aceitável, máscaras nos espaços comuns e todo um tetris de cadeiras para que clientes de mesas diferentes estivessem o menos possível frente a frente) o Zero Zero passa com distinção, temos de arranjar mais adjetivos para a comida e para a bebida. É que ou estou a ser influenciada pelos muitos meses sem pôr os pés num restaurante, ou os pratos são realmente dos melhores que se servem na capital no que diz respeito a gastronomia italiana.

Porque abril trouxe consigo o calor, abrimos as hostes com um Passione (6€), um cocktail com vodka, sumo de maracujá, frutos vermelhos e prosseco que me fez desejar fazer estas bebidas tão bem como o Tom Cruise no filme "Cocktail" e ter uma à minha frente todos os dias.

Seguimos para as entradas, e não resisti a experimentar o carpaccio di manzo (13€), com rúcula, pistácio e queijo pecorino, bem como a burrata com presunto de Parma e azeite de majericão (17,50€). Entradas bem diferentes, ambas deliciosas: as fatias do carpaccio estavam super finas, muito bem complementadas com o azeite, e nem me façam falar da burrata e deste incrível presunto.

Pizza de figo e presunto e de camarão e tomate trazem novidade às pizzarias ZeroZero
Não conseguimos escolher a nossa entrada preferida: burrata ou carpaccio. créditos: ZeroZero

E para celebrar o regresso às esplanadas, voltei aos clássicos e às pizzas, e provei duas: a Primavera (16€), composta por mozarella de búfala Campana DOP, tomate cherry marinado e majericão, bem como uma Marguerita (11,50€), com provolone fumado e fiambre acrescentado (os ingredientes extra são cobrados à parte, e o preço difere conforme o que pedir).

As pizzas estavam perfeitas, com massa fina, crocante e molho de tomate na medida certa. O meu coração — e o paladar — pendeu para a alternativa composta, muito devido ao provolone fumado. Se são amantes de queijo, têm mesmo de provar este.

Pizza de figo e presunto e de camarão e tomate trazem novidade às pizzarias ZeroZero
As pizzas são o prato clássico da Zero Zero. créditos: ZeroZero

Com a barriga cheia e confinamentos quebrado, não houve espaço no estômago para provar sobremesas, mas ainda consegui deitar o olho ao aspeto maravilhoso do clássico tiramisù (6€), que fica para uma próxima visita.

A Zero Zero do Parque das Nações está aberta todos os dias, com horário reduzido. Durante a semana, abre portas entre as 12h e as 16h, e depois novamente entre as 19h e as 22h30. Aos fins de semana, abre as 9h e encerra as 13h, e serve um menu especial de brunch até ao meio-dia.

Morada: Alameda dos Oceanos, Lote 2.11.01H, Lisboa
Telefone: 218 957 016