Há mais de 15 anos que Armação de Pêra é a nossa casa de férias e como tal achávamos que não havia muito mais para descobrir. Os doces tradicionais (e a torta de amêndoa dos céus) da Busíris, os crepes do N'ice Cream que fazem filas mesmo a quem já está cheio do jantar, mas é atraído pelo cheiro, e o peixe grelhado do restaurante Rocha da Palha são os clássicos de há vários anos. Estão de boa saúde e recomendam-se e a estes junta-se uma nova paragem obrigatória: o NANA on the Beach, assente na gastronomia mediterrânica.
Fica mesmo em frente à praia de Armação de Pêra e a dois passos de uma salada leve e rápida na pausa de mergulhos à hora de almoço. Já à noite, o NANA on the Beach é tomado pela serenidade de um final de dia idílico: pôr do sol, boa comida e boa vista.
À lista gostávamos de acrescentar calor, mas não foi bem o que encontrámos na noite da nossa visita. Contudo, o NANA on the Beach já está preparado para esses percalços.
“Temos mantinhas se quiser”, ofereceu-nos de imediato um membro do staff prestável e animado. Fizemo-nos de fortes e declinámos a oferta, mas de cada vez que víamos passar uma repensávamos se não queríamos também aquele conforto. No entanto, acabou mesmo por não ser necessário, porque o vento acalma à medida que o sol se põe, tal como nos indicaram, e bem.
Enquanto isso, andámos a saltitar entre entradas e países. Primeiro, do Médio Oriente, um dip de grão de bico com tahini e pimentão fumado, servido com pão pita caseiro (4,50€), depois, da Grécia, um folhado crocante de queijo fresco, com mel e tomilho (7€).
Depois, fizemos uma paragem em Itália para um dos destaques da carta que nunca tínhamos provado: orzo. Escolhemos o de camarão (18€), ainda que o mais tradicional seja o de almôndegas de cordeiro (19€), e à primeira garfada em vez de sentirmos sabores italianos, tudo o que nos pareceu foi um mergulho fundo nos portugueses, mais especificamente em algo como uma caldeirada de peixe bem apurada, com tomate e pimentos.
Mas não. O orzo (nome do tipo de massa italiana em forma de arroz, frita com farinha de sêmola) é mais como um risotto ligeiramente solto.
Até aqui temos Médio Oriente, Grécia e Itália, mas tendo em conta a localização do NANA on the Beach, tivemos um apontamento do Algarve: vinho.
Temos de confessar que no dia a dia os vinhos algarvios não são a nossa primeira escolha (normalmente os do Alentejo são os que enchem os nossos copos e medidas), mas a fama que recai cada vez mais sobre os vinhos da região do Algarve deixou-nos com vontade de ter o proveito.
Pedimos uma recomendação e para a mesa veio o branco Arvad Algarve, um vinho estético por fora e bastante prazeroso na boca — Algarve, vamos dar-te mais hipóteses nos nossos copos.
Para rematar, já noite dentro e uma vista mar acompanhada de luz das velas, escolhemos um gelado artesanal de iogurte grego (8,50€), servido numa torre de três bolas dentro de um prato largo com nozes tostadas que, chegado à mesa, é finalizado com um generoso fio de mel.
Podíamos ter começado ou acompanhado a refeição com um dos cocktails de assinatura, como o basil smash tonic, com gin Mare e tónica (12€), que tem feito sucesso, mas preferimos guardá-lo para um final de tarde ao ritmo do DJ dos sunsets. Ocorrem de sexta-feira a domingo a partir das 17h30 até 16 de outubro e em cada sessão há um novo DJ. E atenção: a 4 de agosto o sunset vai ser especial.
Assim que ouvimos falar da abertura do NANA on the Beach, veio-nos à cabeça a canção de Rihanna “Oh na na, what’s my name?”. Agora que já visitámos o restaurante do VILA VITA Parc Resort & Spa — ao lado de dois outros restaurantes existentes no Armação Beach Club, o Praia Dourada e o Arte Náutica, também geridos pelo resort — percebemos que o restaurante pode não saber o nosso nome, mas assim que tivermos saudades de um orzo, boa música e um vinho algarvio, já sabemos quem chamar: Oh Nana.