Quem se queixa que vivemos tempos em que impera o politicamente correto, de certeza que não viveu na década de 90. Não existia a miríade de espaços e programas de comentário sobre os mais variados temas e era raro que, na televisão, houvesse espaço para tal ser feito de forma irreverente.

"Raios e Coriscos" (apresentado por Manuela Moura Guedes), da RTP1, inaugurou o género, em 1993, e foi sucedido, na recém-nascida SIC, por um congénere que havia de fazer história e escola: "A Noite da Má Língua".

Apresentado e moderado por Júlia Pinheiro, o programa de comentário da atualidade contava originalmente com Miguel Esteves Cardoso, Luís Coimbra, Manuel Serrão e Rui Zink como comentadores. Mais tarde, Coimbra abandonou o formato e foi sucedido por Rita Blanco.

Júlia Pinheiro. "Estou cada vez mais livre em relação à minha figura pública física"
Júlia Pinheiro. "Estou cada vez mais livre em relação à minha figura pública física"
Ver artigo

O programa semanal, emitido às quintas-feiras à noite durou apenas três anos, mas ficou para sempre marcado na memória de uma geração, pelos comentários mordazes dos intervenientes e pelas picardias entre os comentadores, em especial entre Rita Blanco e Manuel Serrão.

27 anos depois da estreia, "A Noite da Má Língua" regressa, mas em formato podcast. Miguel Esteves Cardoso não integra esta nova versão, em formato podcast, mas Júlia Pinheiro, Manuel Serrão, Rui Zink e Rita Blanco vão estar, já a partir deste domingo, 26 de setembro, a apimentar as ondas digitais dos ouvintes do podcast, disponível nos sites do "Expresso" e da SIC, e também nas habituais plataformas.

A estreia acontece em noite de autárquicas, mas os novos episódios vão estar disponíveis às segundas-feiras.