Foz Côa tem cerca de 6.541 habitantes. A cidade no interior do País sofre os problemas habituais de ter uma grande parte da população envelhecida e, por isso, a Associação Juvenil Gustavo Filipe decidiu começar o Côa Summer Fest. Antes disso, em 2011, nasceu o Festival da Juventude, no ano seguinte passou a Festival Ibérico da Juventude, e em 2013, ganhou a designação atual.

10 peças semitransparentes para usar no próximo festival de verão (a partir de 12,99€)
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Rui Pedro Pimenta, 30 anos, ex-presidente da organização sem fins lucrativos, explica à MAGG que o principal objetivo com o festival é “trazer para Foz Côa uma dinâmica diferente, voltada para os jovens, coisa que não acontecia [antes de organizarem o festival]”.

“Atualmente é mais um festival de verão do que era no início, muito mais voltado para a música, mas tentamos complementar a oferta com atividades não tão ligadas à música”, explica Rui Pedro Pimenta. O cartaz do festival conta com Sippingpurp, Volta e Meia, Ivandro, Nenny, Quim das Remisturas, DJ Fifty, John Diaz e Los Bandidos, entre 4 e 6 de agosto.

Mesmo com um maior investimento na área musical, o evento continua a ser alinhado através de três pilares fundamentais, que passam por envolver os jovens na região, dar a oportunidade aos voluntários de pertencerem a uma grande organização e oferecer aos festivaleiros uma oferta diferente do que há no mercado (não sendo um festival apenas focado na música).

Para isso, o festival começa com uma caminhada solidária, cujo dinheiro será doado às Aldeias de Crianças SOS, um projeto que protege jovens e criança que perderam ou estão em risco de perderem as suas famílias, por ordem judicial. Daniela Bata, membro da direção, explica que escolheram doar o dinheiro para este projeto devido à proximidade, porque existem crianças em Foz Côa que já foram referenciadas pela Aldeias SOS da Guarda.

Ainda sobre a atividade de abertura do festival, Daniela Bata explica que, além da caminhada, vão haver “atividades e surpresas, pois o objetivo é complementar um festival de música”. Além disso, a Associação Juvenil Gustavo Filipe pretende sempre juntar as famílias e as pessoas da região de Foz Côa ao festival. Para isso surge também a Somersby Pool Party.

Rui Pedro Pimenta, que está envolvido na organização desde o primeiro ano do festival, acredita que as pessoas da região se começaram a envolver mais por notarem o retorno financeiro do evento no comércio local. O jovem acredita que a caminhada solidária também será um momento essencial para o envolvimento de toda a comunidade, sendo que a atividade do primeiro dia funciona “como um desbloqueador para a proximidade entre o Côa Summer Fest e a cidade”, explica o ex-presidente da Associação.

Os bilhetes para o Côa Summer Fest são gratuitos, assim como o espaço para os campistas. José Figueiredo, atual presidente da Associação responsável pela organização do evento, diz que todos os espaços ficam perto um dos outros, por isso “há uma dinâmica engraçada entre a parte do dia e da noite”, partilha à MAGG.

De certeza absoluta que as caixas registadoras de todo o comércio de Foz Côa movimentam muito mais nesta semana do que movimentam sem festival”, comenta Rui Pedro Pimenta. O jovem salienta que não conseguem ter acesso a valores monetários mas, “dada à dimensão e quantidade de pessoas que existem na rua naqueles dias, toda a gente do comércio local fica mais contente com o Côa Summer Fest”.

Os festivaleiros têm liberdade para percorrer toda a região, porque o recinto é aberto. O atual presidente da Associação, José Figueiredo, diz que no campismo existe uma zona para os festivaleiros cozinharem, ainda assim, recorrem muito ao comércio local.

Além do problema evidente de um festival se realizar no interior do País, quando maior parte dos jovens pretende ir para o litoral, outro constrangimento que a organização encontra é a dificuldade na relação de parcerias com marcas nacionais. Rui Pedro Pimenta explica que é complicado encontrar marcas que queiram apostar num festival ainda com pouca expressão, mas espera que o Côa Summer Fest continue a crescer. Ao ponto de ser “tão grande que não possa ser realizado no sítio atual”, partilha entre risos, à MAGG.