Portugal entrou em alerta máximo à meia-noite desta segunda-feira, 11 de julho, e vai permanecer sob estes termos até, pelo menos, sexta-feira, 15. O arranque do festival Super Bock Super Bock está previsto para esta quinta-feira, 14, mas a situação de contingência — implementada devido à situação preocupante de calor em território nacional —, que pressupõe a proibição de quaisquer atividades em espaços florestais, pode vir a trocar as voltas aos festivaleiros.
De acordo com o primeiro-ministro, António Costa, eventos como o Festival Super Bock Super Rock (14 a 16) ou a Concentração de Faro (14 a 17), com arranque previsto para esta semana, podem ter que ser relocalizados, cancelados ou adiados devido à situação de contingência. "Há uma proibição geral de qualquer atividade em áreas florestais", começou por dizer esta segunda-feira, 11, em declarações citadas pela rádio Renascença.
"Neste momento, o ministro da Administração Interna está em contacto com os organizadores desses eventos para assegurar que a parte desses eventos que ocorre em zona florestal não ocorra em zona florestal, de forma a que não se ponha em perigo esta situação. Nestas condições climáticas não é possível abrir qualquer tipo de exceção", acrescentou, com a ressalva de que é a única forma de evitar "cenários dramáticos".
O festival Super Bock Super Rock está marcado para os dias 14, 15 e 16 de julho, no Meco. Apesar de o festival ter uma zona florestal como palco, na Herdade do Cabeço da Flauta — em que qualquer tipo de atividade está proibida —, a organização afasta a hipótese de cancelamento ou até de relocalização.
De acordo com o primeiro-ministro, "tem havido é um diálogo com vista a haver uma relocalização ou uma reformatação dos eventos de forma a que eles possam decorrer no cumprimento da lei". No entanto, à SAPO24, o festival não avança qualquer previsão de reagendamento ou relocalização do mesmo, avançando apenas que se encontra disponível para "reajustar o festival, implementando todas as medidas necessárias à mitigação de quaisquer riscos, seguindo rigorosamente todas as suas indicações", disse fonte da organização.
"Como é procedimento corrente na preparação do festival, estamos em contacto permanente com as autoridades competentes, com as quais desenhamos os nossos planos, nomeadamente de segurança", adianta a mesma fonte, acrescentando que "o recinto foi devidamente limpo há um mês". "Estamos junto ao mar e à Lagoa de Albufeira e temos um grande dispositivo de bombeiros e viaturas, unidade de Proteção Civil, GNR e segurança privada", rematou.
Até à data, não há qualquer indicação de que o Super Bock Super Rock seja, de facto, cancelado. Por enquanto, o festival revela apenas quais os planos já fechados para garantir a segurança e bom funcionamento do evento. Como é o caso de "duas viaturas de intervenção rápida estacionadas no campismo" e "revista rigorosa à entrada", explicou à Lusa, em declarações citadas pela SAPO24, o promotor e empresário Luís Montez, que integra a organização do festival.
Segundo conta, será "completamente proibido cozinhar" e, por isso, "a zona de restauração no recinto abre ao meio-dia para quem não for para a praia". Haverá ainda "um posto de comando da GNR e da Proteção civil permanentes", no recinto, que contará com a "recolha de lixo de meia em meia hora, assegurada pela Amarsul".
O atual cenário, em que há eventos em risco de sofrer alterações, surge na sequência das altas temperaturas e dos incêndios no País. Esta sexta-feira, 8, Portugal atingiu a marca das 121 ignições desde o arranque de 2022 e na madrugada desta segunda-feira, 11, contava com cerca de 1500 bombeiros no terreno, no combate a 36 fogos.
A situação de contingência entrou em vigor à meia-noite de segunda-feira, 11, com duração prevista até sexta-feira, 15. No entanto, o período de contigência pode vir a ser reajustado consoante as necessidades do País, que estará sob alerta máximo e temperaturas acima dos 40ºC esta semana.