Nós conhecemos bem a tentação: fechar a porta do quarto, preparar os lenços e ligar a música "Goodbye My Love" no Spotify. Chorar, chorar, chorar. Passo seguinte: ir buscar mais lenços, ligar o computador e começar à procura da comédia romântica mais deprimente e lamechas que esteja disponível no catálogo. Chorar, chorar, chorar.
Superar um coração partido nunca é um processo fácil. Durante umas semanas, o gelado e o chocolate parecem ser as únicas coisas que alimentam a nossa existência. Desespero, lágrimas e depressão passam a fazer parte do dia a dia mas, voltamos a salientar, é apenas por umas semanas — por mais dura que seja a rutura, no final acaba por ficar tudo bem.
No entretanto, as músicas tristes e as comédias românticas nunca são uma boa ideia. Ou talvez seja: aceitar a tristeza também faz parte de superar o fim de uma relação. Se quer evitar chorar até ficar de olhos inchados, ou se é exatamente disso que precisa neste momento, estas são as 10 comédias românticas que vão deixá-lo desidratado.
"Um Amor Inevitável" (1989)
Será que os homens e mulheres podem ser apenas amigos? É esta a pergunta lançada pelo filme "Um Amor Inevitável", realizado por Rob Reiner e lançado em 1989. A história acompanha os protagonistas Harry Burns (Billy Crystal) e Sally Albright (Meg Ryan), que se vão encontrando esporadicamente ao longo dos anos. Em determinada altura, porém, percebem que podem sentir um pelo outro mais do que uma grande amizade.
"Pretty Woman: Um Sonho de Mulher" (1990)
Um clássico dos anos 90, o filme realizado por Garry Marshall conta-nos a história de uma prostituta de Hollywood (Julia Roberts) que conhece por acaso o milionário Edward Lewis (Richard Gere). Contratada por uma semana para o acompanhar em compromissos sociais, os dois acabam por apaixonar-se perdidamente.
"As Pontes de Madison County" (1995)
Robert Kincaid (Clint Eastwood) é um fotógrafo da revista "National Geographic", que se encontra em Madison, no Iowa, para captar imagens das famosas pontes. Francesca (Meryl Streep) é uma solitária dona de casa italiana. Quando Robert pede indicações a Francesca, a mulher, com o marido e filhos fora, decide acompanhá-lo. A bonita história de amor que os dois vivem fá-la querer contar tudo por escrito. Anos mais tarde, já depois da morte de Francesca, os filhos descobrem o manuscrito. Um filme de Clint Eastwood.
"10 Coisas Que Odeio em Ti" (1999)
Como esquecer o momento em que Kat (Julia Stiles) lê um poema para toda a turma? Curiosidade: a cena foi rodada num único take, e a ideia das lágrimas foi da atriz — não faziam parte do guião. Mais icónica ainda é a atuação de Patrick (Heath Ledger) nas escadas da escola, a cantar "Can't Take My Eyes from You". Lenços, lenços, lenços. Antes desse momento, a história começa com Bianca (Larisa Oleynik), a irmã mais nova da protagonista, a receber um ultimato do pai de que só pode sair com rapazes quando a irmã arranjar um namorado. Perante isto, Cameron (Joseph Gordon-Levitt), apaixonado por Bianca, negoceia com o bad boy Patrick para que saia com Kat. Drama, lágrimas, gargalhadas, no final termina tudo bem. Não recomendado a corações partidos. Realizado por Gil Junger, chegou aos cinemas em 1999.
"Notting Hill" (1999)
Aqui está o filme que nos apresentou Ronan Keating e a música mais lamechas de todos os tempos. Vamos cantarolar só um bocadinho: "The smile on your face let's me know that you need me/There's a truth in your eyes saying you'll never leave me." Já estamos em lágrimas. Voltando a "Notting Hill", o filme realizado por Roger Michell conta-nos a história de Will (Hugh Grant), o dono de uma livraria especializada em guias de viagem que um dia recebe a visita de uma estrela de cinema norte-americana, Anna Scott (Julia Roberts). E não vamos revelar mais nada sobre a história.
"O Diário da Nossa Paixão" (2004)
O drama, a tragédia, o horror. Para alguém que está a passar por uma separação, ver este filme é o equivalente a levar com dez tijolos na cabeça, pisar um prego, bater com o dedo mindinho num móvel e a seguir ser atropelado por um camião. Inspirado na obra de Nicholas Sparks, um senhor do qual se deve manter afastado enquanto a dor da separação não estiver ultrapassada, o filme conta-nos a história do jovem e apaixonado casal Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling). Separados pelos pais de Allie, que não aprovam o relacionamento, voltam a encontrar-se anos mais tarde para perceber que afinal ainda gostam um do outro. A pior parte? A história é uma recordação que Noah lê para Allie num lar de idosos, para tentar reavivar a memória do amor da sua vida que sofre de Alzheimer. Realizado por Nick Cassavetes.
"O Despertar da Mente" (2004)
Nenhum filme retrata tão bem o sentimento "quem me dera nunca o ter conhecido" como este filme realizado por Michel Gondry. Triste, amoroso e uma verdadeira lição de vida, a relação de Joel Barish (Jim Carrey) e Clementine Kruczynski (Kate Winslet) é tudo o que não precisa neste momento. Mas vamos recordar a sinopse: quando a relação destes dois acaba, o casal decide passar por um procedimento médico para apagar as memórias do seu relacionamento.
"P.S., I Love You" (2007)
Lenços, lenços, lenços. Gerard Butler interpreta o papel de Gerry Kennedy, o divertido e apaixonado marido de Holly (Hilary Swank) que fica doente e morre. A parte mais triste vem a seguir: Gerry deixou uma série de cartas à mulher, mensagens que vão aparecendo de forma surpreendente e que terminam sempre da mesma maneira: "P.S.: amo-te". O filme foi realizado por Richard LaGravenese.
"(500) Dias com Summer" (2009)
— O que é que aconteceu?
— Eu... só acordei um dia e soube.
— Soube o quê?
— O que nunca tive certeza contigo.
No banco do jardim, o diálogo entre Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel) no final do filme é o abrir de uma torneira de lágrimas que pode demorar semanas a passar. O filme realizado por Marc Webb conta-nos como foram os 500 dias de relacionamento do casal que, bem, no final acaba por se separar. Facadas, facadas, facadas.
"A Culpa é das Estrelas" (2014)
Procura uma fonte de problemas mais recente? "A Culpa é das Estrelas" é uma boa solução. Inspirado no livro homónimo do escritor John Green, a história acompanha o casal Hazel (Shailene Woodley) e Gus (Ansel Elgort), dois jovens com cancro que decidem viajar até Amesterdão com contra-indicação médica para conhecer Van Houten (Willem Dafoe), o escritor favorito de Hazel.