Sex symbol, agitador, dono de "um ego enorme", como descreve o jornal francês "Le Figaro", Alain Delon morreu este domingo, 18 de agosto, aos 88 anos. O ator, cantor franco-suíço, que se estreou no grande ecrã em 1957, no filme "Uma Tal Condessa", teve uma carreira rica, variada e polémica, que se prolongou até 2019, ano em que realizou o seu último trabalho.
Trata-se de "Je n'aime que toi" ("És só tu quem eu amo"), uma música de Julia Paris em que o ícone do cinema francês declama um poema sobre amor.
Alain Delon sofreu um AVC em 2019 e, desde então, defendeu publicamente a legalização da eutanásia e do suicídio assistido. De acordo com um comunicado divulgado pelos três filhos, Anthony, Alain-Fabien e Anouchka, o ator de 88 anos morreu "serenamente" na sua propriedade em Douchy. Os mesmos filhos que se juntaram para o ver partir estavam envolvidos numa amarga batalha legal, cheia de acusações de manipulação e disputas pela fortuna do ator.
Os três filhos do ator, que deverão ir a tribunal em 2025, num processo em que Anouchka acusa Anthony e Alain-Fabien de difamação, uniram-se em 2023 para expulsar Hiromi Rollin, companheira do pai, de casa deste. A ex-assistente de produção, que vivia com Delon, foi acusada pelos filho do ator de maus tratos.
Os últimos anos de vida são uma pálida sombra do legado que Alain Delon deixou para a cultura. Trabalhou, ao longo de quase cinco décadas, com todos os nomes grandes da Sétima Arte. "O Leopardo", "O Sol Por Testemunha", "O Círculo Vermelho", "Outono Escaldante", "Borsalino" são apenas alguns das dezenas de filmes que integram a história do cinema e que Alain Delon protagonizou.