Esqueça "50 Sombras de Grey" e séries como "Sex/Life" ou "365 Dias". A 26 de dezembro chega às salas de cinema portuguesas um thriller erótico à moda antiga, a fazer lembrar êxitos como "Atração Fatal", "Instinto Fatal", "Bound - Sem Limites" ou mesmo "Eyes Wide Shut", o derradeiro filme de Stanley Kubrik, que teve Nicole Kidman e Tom Cruise, na altura casados, como protagonistas (e que, dizem os rumores, acabou com a relação das superestrelas de Hollywood).
"Babygirl", com Nicole Kidman no papel de Romy Mathis, diretora executiva de uma empresa ligada à tecnologia, promete chocar as mentes mais conservadoras e entreter quem gosta de filmes com forte carga de erotismo, sexo e supense. A contracena de Kidman, de de 57 anos, é Harris Dickinson, ator britânico de 28 anos. Mas este não se trata de um romance básico, do género "mulher mais velha apaixona-se por rapaz mais novo". Dickinson dá vida Samuel, estagiário da Tensil, empresa dirigida por Romy.
Romy é, à sua revelia, inscrita num programa e acaba a ser mentora de Samuel. O jovem depressa se mostra, além de sedutor, perito na arte da dominação e do controlo psicológico. Os dois desenvolvem uma relação física, sendo que a dinâmica de poder acaba por cair para o lado de Samuel, que ameaça acabar com a carreira (e a família) de Romy com um telefonema. O elenco é ainda encabeçado por Antonio Banderas, que interpreta Jacob, o dedicado marido de Romy.
O filme foi apresentado na 81ª edição do Festival de Cinema de Veneza, em setembro passado, e recebeu uma ovação de sete minutos. Da autoria de Halina Reijn, realizadora do thriller "Bodies, bodies, bodies", "Babygirl" tem recebido críticas algumas críticas negativas, sobretudo pela forma como resolve a questão do romance proibido entre Samuel e Romy. Com um arranque de tirar o fôlego (o espectador entra no filme às escuras, apenas ao som de um orgasmo) e com um final igualmente extático, "Babygirl" tem como ponto forte a química entre os protagonistas e o desempenho de Kidman. "A falta de vaidade de Kidman nestas cenas [de intimidade] faz desta a sua melhor e mais corajosa performance em muito tempo", escreve a BBC.