Aquela que é considerada como a festa do livro e da leitura volta ao Porto para aquele que, segundo os organizadores, será “um dos grandes eventos na cidade pós-confinamento”.
Como já tem sido hábito, o evento conta com a participação de entidades que promovem a edição de livros. Este ano, são mais de 80 entre editores, distribuidores, livreiros, alfarrabistas, entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, e que correspondem a um espaço físico de 120 pavilhões. Esperando que o confinamento tenha despertado o hábito de leitura nas pessoas, a organização da Feira do Livro do Porto pretende que este evento literário incentive a atividade comercial de um setor que tem sido bastante afetado pela pandemia.
A partir do mote "Alegria para o fim do mundo”, transcrição e homenagem a Andreia C. Faria, uma das escritoras residentes, a programação do evento valoriza não só a língua portuguesa como os poetas, escritores e artistas que trabalham no Porto ou a partir da cidade. As vozes femininas também são evidentes ao longo de todo o programa, e justifica as duas poetas homenageadas este ano: a portuense Leonor de Almeida, autora de quatro livros (todos eles esgotados) que verá o seu nome eternizado na Avenida das Tílias, e Maria de Sousa, imunologista e cientista, que nos deixou um legado de poesia, e que morreu recentemente vítima da pandemia.
O programa foi desenvolvido pela dupla de curadores convidados Anabela Mota Ribeiro e José Eduardo Agualusa, sob a coordenação de Nuno Faria, diretor do Museu da Cidade.
A música é outra das novidades e o objetivo aqui é reunir músicos de diferentes géneros e gerações e esboçar um retrato daquele que e o panorama musical na cidade, ao mesmo tempo que ajuda os artistas fragilizados pelas circunstâncias da pandemia e pelas digressões adiadas. O convite lançado ao Espaço Maus Hábitos, resulta num segmento de Concertos de Bolso, cujo palco será o terreiro exterior da Casa do Roseiral, e em que o evento propõe emissões de rádio e concertos de vários géneros musicais. E por falar em música, é de salientar que os concertos da "Porta-Jazz ao relento" e um concerto de encerramento com Mário Laginha e Pedro Burmester, compõem ainda o programa da Feira do Livro do Porto 2020. Mas para além dos livros e da música, os visitantes poderão ainda ter acesso a lições, debates, sessões de palavra soprada e de cinema, oficinas e espetáculos de teatro e de circo.
Apesar de este ser um ano atípico e a organização da feira ser desafiante devido à pandemia da Covid-19, este evento continua a ser mais-valia para a cidade. Por esse motivo a organização introduziu várias novidades e condicionou o espaço, assegurando que todas as condições sanitárias e medidas de higiene e distanciamento são cumpridas. Devido às exigências da pandemia, a lotação foi reduzida a 3.500 pessoas, o recinto delimitado e, em vários locais, existirão equipas de assistentes e da proteção civil. Para além da disponibilização de álcool gel e desinfetante, nos eventos de interior o uso de máscara será obrigatório.
O programa completo da Feira do Livro do Porto 2020 pode ser encontrado aqui.