É daquelas pessoas que já se pôs frente ao espelho a fazer poses ou desfilou pelos corredor de casa, na esperança de que esse sonho um dia se materializasse? A verdade é que essa realidade pode estar mais próxima do que imagina, porque está quase a chegar mais uma edição do L'Agence Go Top Model.
Em 2013, esta agência de modelos portuguesa, de portas abertas desde 1988, levou a cabo a primeira edição da competição. Desde então, o objetivo permaneceu imutável: procurar (e, posteriormente, lançar) novos rostos da moda em Portugal, impulsionado as carreiras dos respetivos concorrentes noutros pontos do globo.
"As nossas expectativas são sempre elevadas", explica Elsa Gervásio, diretora e sócia da L'Agence, à MAGG. "Fazemos este concurso precisamente para procurarmos caras novas e, depois, este grupo de concorrentes, que saem do concurso, são as nossas apostas para o próximo ano", continua.
As datas para o casting da edição serão reveladas atempadamente nas redes sociais da L'Agence, mas estima-se que, se a tradição se mantiver, seja ainda no mês de julho. Aquilo que é certo é que, no final, são selecionados dez rapazes e dez raparigas, os finalistas, que serão apresentados ao mercado no evento final do concurso. Por isso, se tem entre 14 e os 22 anos, talvez esta seja a oportunidade de que estava à espera para entrar no mundo da moda.
Para aqueles que pensam em concorrer, muitas devem ser as perguntas que lhes passam pela cabeça. E para que vão o mais preparados possível, a MAGG foi tentar perceber como é que os modelos se devem apresentar numa competição deste género, caso queiram vingar. E nada melhor do que algumas dicas de ouro da própria diretora da agência, Elsa Gervásio.
Roupa simples é a chave
Se achava que era com o outfit mais pomposo que tem na gaveta que ia conquistar o júri, não podia estar mais enganado. Guarde lá aquele vestido volumoso, a camisa mais extravagante e os anéis e colares vistosos para outras ocasiões, porque não é disso que o L'Agence Go Top Model está à procura.
"Os principais erros, para nós, é apresentarem-se muito produzidos", confirma Elsa Gervásio, acrescentando que "ver as pessoas exatamente como elas são" é a máxima desta competição. Isto significa que aquele look que nunca pensaria em levar é, provavelmente, o mais indicado.
Comece por esquecer os padrões e nem pense em empunhar logotipos, porque a roupa sóbria será a sua melhor amiga. Seja rapaz ou rapariga, as peças que deverá escolher para o grande dia não devem passar dos tons neutros, como os intemporais pretos e brancos.
Por isso, Elsa Gervásio aconselha os concorrentes a fazer um bom investimento "nuns bons jeans pretos, em T-shirts, camisas e camisolas de alças pretas", acrescentando que estes artigos não são mais do que "material de trabalho". No calçado, a lógica é a mesma – e de "ténis ou de botas" e o trabalho fica feito.
No caso do sexo feminino, há duas responsabilidades acrescidas. "As raparigas têm sempre de levar um biquíni e umas sandálias com salto para calçaram na altura do casting, se lhes pedirem", explica a responsável da agência de modelos, afiançando que o importante é que, no caso do calçado, este seja "confortável e com o qual possam caminhar".
O pior erro é não ir com o pensamento de que "less is more" (menos é mais, em português), de acordo com Elsa Gervásio. Ou seja, se o concorrente quer causar uma boa primeira impressão, algo que "é fundamental", o truque passa por não levar nada que desvie os holofotes de si.
Abrace a beleza natural
Apesar de já estarmos num tópico diferente, "menos é mais" continua a ser a palavra de ordem. Se não consegue sair de casa sem um esfumado a adornar-lhe as pálpebras, um batom garrido, unhas quilométricas e um penteado arrojado, vai ter de abrir mão desses aspetos da sua rotina de beleza, se quiser prosseguir na competição.
Não se esqueça de que este é um momento onde o seu rosto e a beleza estão em avaliação. Das duas uma: ou opta por não ir maquilhado ou, caso não consiga mesmo prescindir disso, deverá apostar as fichas todas numa maquilhagem do mais leve que há, dando espaço para que os seus traços naturais sejam os protagonistas.
No que às unhas diz respeito, o pensamento deverá ser o mesmo. Não vale a pena embandeirar em arco a última tendência de nail art, porque não é isso que se pretende. "O modelo tem de ter as unhas curtas e naturais", avança Elsa Gervásio, acrescentando que não deverá usar "nada muito chamativo" – é aqui que os vernizes transparentes ou nude podem dar jeito.
Se tem piercings, não desanime: "desde que possam ser removidos, não é limitativo". Ainda que as tatuagens também não sejam propriamente uma barreira, Elsa Gervásio relembra que estas só serão um impedimento posteriormente, na eventualidade de haver clientes que não queiram um modelo tatuado.
No entanto, "quanto menos piercings e tatuagens tiverem, mais probabilidade têm de ser escolhidos", frisa a responsável. "Hoje em dia, ninguém quer estar a perder horas a tratar fotografias e a tirar tatuagens. E o corpo do modelo é o seu instrumento de trabalho – e quanto mais 'clean' estiver, melhor", conclui.
Mas aposte nos cuidados com a aparência
É certo que na roupa ou na maquilhagem não deve caprichar, mas o único campo em que essa regra não se aplica é nos cuidados de beleza. Da pele às unhas, passando pelo cabelo, o concorrente deve mostrar que tem uma aparência aprimorada e que sabe cuidar de si mesmo.
"As pessoas podem não precisar de vir maquilhadas, mas têm é de ter uma boa pele", explica Elsa Gervásio. Por isso, se tem andado afastado dos esfoliantes, hidratantes e de tudo aquilo que a sua tez precisa para ter uma aparência jovem e luminosa, talvez esteja na altura de voltar a entrar nos eixos.
O mesmo se aplica às unhas, mas isso já sabemos, assim como ao cabelo. Já que deverá levá-lo ao natural, o melhor é garantir que está hidratado e sedoso. É que aspetos como este "fazem toda a diferença na escolha do modelo", confirma a responsável.
"O corpo do modelo tem de ser como se fosse uma tela", frisa Elsa Gervásio."É essa tela que, depois, se vai moldar aos inúmeros clientes e à mensagem que eles querem passar", continua. Contudo, dicas à parte, há uma coisa que não pode mesmo faltar: "atitude", conclui.