Quem é que sabe tudo o que se passa na televisão portuguesa? Quem é aquela pessoa que reconhece todas as personagens da novela, tem noção de todas as tramas, vibra com os apresentadores da manhã e não perde pitada do que se passa à tarde?

A avó, claro. A avó adora os canais generalistas (confessa-nos esta avó que é fã de Cristina em particular) e é uma verdadeira enciclopédia no que diz respeito à televisão portuguesa. Maria Fernanda Simões tem 75 anos e é a autora da rubrica da MAGG, “A Avó Explica”. Todas as semanas, é ela quem nos conta o que de mais interessante aconteceu na televisão.

Este é o seu 12.º texto.

A Avó Explica. Gostei muito de conhecer a família do Rui Vitória
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Começo esta semana por falar de novelas. Como sabem, a novela “A Teia” terminou na passada segunda-feira, 17 de junho, e no mesmo dia começou outra nova, “Amar Depois de Amar”. Nesse mesmo dia, vi no Goucha a festa de apresentação da novela na Estufa Fria, em Lisboa. Conheci ainda a canção do genérico e devo confessar que fiquei fã. O cantor chama-se Pedro Fidalgo, é de Gondomar e eu já o adoro.

Em relação a “A Teia”, devo confessar que o último episódio mexeu muito comigo, principalmente o ambiente tenso vivido entre os dois irmão protagonistas da série, o Jaime e o Simão. Os dois irmãos enfrentaram-se num ringue e a luta só acabaria quando um dos dois morresse. A filha de Simão foi obrigada a assistir ao combate, e a polícia não conseguia encontrar o sítio para pôr fim àquela luta ilegal. Admito que não consegui ver o combate porque, apesar de saber que era ficção, foi muito duro. Fez-me impressão ver um irmão a bater no outro que estava mais frágil. Finalmente a polícia chegou e tudo aquilo terminou.

Os irmãos Jaime e Simão tiveram de se enfrentar num confronto

A família do Valdemar reconciliou-se e acabaram todos juntos – isto aconteceu porque o próprio Valdemar teve um AVC e toda a família correu para junto dele. Acho que foi um momento muito bonito, mas confesso que sou fã do Luís Esparteiro, o ator que faz de Valdemar.

Lembram-se de nas primeiras crónicas ter mostrado o meu desagrado por haver um casal na novela que adotou uma criança e depois a levou novamente para o orfanato? Agora, passado uns meses, o casal separou-se mas a mãe foi lá buscar a criança novamente. Agora são uma família, mesmo a filha biológica que antigamente lhe fazia mal. No final aparece o Simão e a Lara, que tiveram um final feliz.

A Avó Explica. Adoro viajar pelo mundo com as novelas da TVI
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Devo confessar que, quando a novela terminou, fiquei com dores de cabeça. O enredo é complexo, as personagens são credíveis e o final foi arrebatador. O nome da novela fazia realmente jus à trama – era uma autêntica teia onde todos estavam ligados.

Saltando da TVI para a SIC, mais especificamente para “O Programa da Cristina”, retiro dois momentos: um hilariante e outro muito emocional. O primeiro foi o programa em que a apresentadora forjou um acampamento em pleno estúdio. Achei bastante divertido. O Cláudio Ramos, o eterno vizinho, ainda caiu do banco e fartei-me de rir – eu e toda a gente que estava no estúdio.

O estúdio do 'O Programa da Cristina' virou um parque de campismo

O outro momento que achei muito emocional foi a conversa que a Cristina teve com Hélder Batista, que viveu na rua em criança. Aos 9 anos viu os irmãos a serem levados de casa pela polícia e fugiu. Viveu na rua durante 20 meses e muitas vezes não tinha o que comer nem o que vestir. Depois desse ano e meio foi institucionalizado e foi aí que começou a ter amor e afeto, a saber cozinhar ou a fazer a cama. Confessou à Cristina que foi durante esse tempo que decidiu que queria ser alguém na vida.

Tinha como sonho casar, ter filhos e ter a própria empresa. Agora, 20 anos depois, é casado, tem uma filha, uma relação com a mãe e o seu próprio negócio. Achei esta conversa realmente inspiradora, bonita e muito interessante.

E é assim que me despeço.