Não sabemos se, hoje em dia, a infidelidade aumentou ou se, graças às redes sociais e às tecnologias, simplesmente se tornou mais fácil descobrir quando o companheiro pula a cerca, como se costuma dizer. Mas, nestes casos, a traição é consumada com um desconhecido ou com alguém que o infiel já conhece? É esta pergunta de partida de um estudo recentemente publicado no "Journal of Family Psychology".

Neste estudo, os investigadores analisaram uma manancial de dados do US General Social Survey, uma pesquisa que é realizada quase todos os anos, nos Estados Unidos da América. No total, o estudo analisou as respostas de mais de 13 mil norte-americanos casados, que foram recolhidas entre 2000 e 2016, avança o "Psychology Today".

Em cada inquérito, os respondentes foram questionados sobre se já haviam tido relações extraconjugais e, se sim, com quem o teriam feito. E as alíneas de resposta incluíam as seguintes opções: "amigo chegado"; "vizinho, colega de trabalho ou conhecido de longa data"; "encontro casual ou engate"; "pessoa a quem pagou ou que lhe pagou para fazer sexo"; e "outro".

As conclusões foram claras e mostraram que, afinal, a proximidade pesa na traição. Mais de metade da amostra admitiu ter tido uma relação extraconjugal com um amigo próximo, fixando-se nos 53,5%, seguindo-se a categoria de "vizinho, colega de trabalho ou conhecido de longa data", com 29,4%. Traições com alguém com quem se encontraram casualmente têm menos expressão (21%), assim como aquelas que pressupõem sexo a troco de dinheiro (7,9%).

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Mas será que há diferenças entre os géneros? Segundo a mesma publicação, não – a percentagem de homens e mulheres que relataram uma traição com alguém de quem eram próximos não diferiram. Por isso, em ambos os géneros, é sempre mais provável que as relações extraconjugais ocorram entre amigos e conhecidos. Só que há diferenças noutros aspetos.

De acordo com o estudo, no que toca a trair os parceiros com estranhos, as mulheres e os homens já não pensam exatamente da mesma forma. É que enquanto 24,3% dos respondentes do sexo masculino tiveram relações sexuais com uma pessoa que conheceram casualmente, a percentagem do sexo feminino fixou-se apenas nos 15,5%. Quanto ao sexo mediante pagamento, 7,2% dos homens inquiridos já o fizeram, contrastando com a percentagem de mulheres, que se estabeleceu em 1,3%.

Tendo estes dados em conta, parece que, quando as pessoas casadas traem, estão mais propensas a fazê-lo com alguém que conhecem. Mas também há matéria para refletir quanto ao facto de poderem estar à procura de algo que não seja só sexo, pelo que vão em busca de intimidade e conexão emocional – algo que é mais fácil de quando já existe uma amizade prévia.