Até é daquelas pessoas que lava as mãos antes de cozinhar, depois de ir à casa de banho, antes de ir dormir ou depois de andar de transportes públicos. Vive, por isso, com a confiança de que não há micróbio que afete a sua saúde.
Não queremos ser desmancha prazeres e arruinar toda essa fortaleza de higiene, mas a verdade é que há falhas de segurança, e graves. Só 3% das vezes que lavamos as mãos o fazemos de forma correta. Não é preciso ser um génio da matemática, para chegar ao outro lado da balança que diz que são 97% as vezes que o fazemos de forma errada. Noventa e sete por cento.
Um estudo do Departamento de Segurança Agrícola norte-americano mostra que a maioria das pessoas não lava as mãos durante pelo menos vinte segundos, o tempo recomendado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano e que garante que uma lavagem por períodos mais curtos significa que menos germes são removidos.
A investigação tem como objetivo maior a análise das regras de segurança alimentar que são ou não cumpridas durante a preparação de refeições. E foi precisamente durante a análise de resultados vindos de uma experiência com 383 participantes da região metropolitana de Raleigh-Durham e da área rural de Smithfield, ambas na Carolina do Norte, Estados Unidos da América, que os investigadores se aperceberam que talvez fosse melhor analisarem melhor a questão da lavagem das mãos durante o processo.
Segundo a pesquisa, são vários os erros cometidos durante a lavagem de mãos, isto quando ela acontece. O principal erro, tal como já referido, é o tempo insuficiente de lavagem. Mas há ainda quem não molhe as mãos com água (cerca de 40%) ou quem não use sabonete (cerca de 20%).
Saiba ainda que, uma adequada lavagem de mãos só fica terminada quando as seca com uma toalha lavada, processo que a maioria dos participantes ignorou.
Todos estes erros levaram à contaminação cruzada, principalmente durante a preparação de refeições que implicavam o manuseamento de carne crua. Foram encontradas bactérias nos frascos de especiarias, nos balcões, frigoríficos e nas maçanetas das portas.
E se os números deste estudo já são alarmantes, pior é saber que já foram melhores. Um estudo de 2013, feito por investigadores da Universidade do Michigan, mostrava que apenas 5% — mesmo assim, melhor que os atuais 3% — lavava as mãos por tempo suficiente para matar os germes que podem causar infeções.
Mas afinal, como é que se lavam (mesmo) as mãos? Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças há algumas regras básicas que, se forem seguidas, dão a missão como concluída com sucesso. São elas:
- Passar as mãos por água corrente.
- Fechar a torneira e aplicar o sabonete.
- Esfregar as mãos com o sabonete, sem esquecer as costas das mãos, entre os dedos e sob as unhas.
- Esfregar as mãos por pelo menos 20 segundos.
- Passar as mãos por água corrente novamente, até tirar todo o sabonete.
- Secar as mãos numa toalha limpa ou deixá-las secar ao ar.