Se estamos deprimidos, nem nos passa pela cabeça comer alface, quinoa ou abacate. Ou melhor, até pode passar, mas sejamos sinceros, nada como uma pratada de bolonhesa ou um chocolate com recheio de caramelo para afastar tristezas.
O problema está quando a ciência chega para nos dizer que comer mal agrava os sintomas depressivos. Entramos assim numa bola de neve da qual saímos com uns quilos a mais e o humor a negativo.
Um estudo recente, publicado pelo Deakin University's Food and Mood Centre, na Austrália, chega à conclusão que aquilo que comemos pode de facto influenciar o nosso estado de espírito, um dado que pode ser crucial para pessoas com tendências depressivas.
Para a pesquisa foi usada uma amostra de 67 homens e mulheres que tomavam antidepressivos e faziam psicoterapia regularmente. Em comum, este grupo tinha o facto de manter uma dieta pouco saudável, com baixo consumo de frutas e legumes, pouca fibra e muitos doces, salgados e carnes processadas.
Durante três meses, o grupo foi dividido em dois, metade continuou a sua alimentação normal — e pouco saudável —, enquanto a outra metade passou a incluir nas refeições do dia a dia coisas como azeite, nozes, sementes, ovos, fruta, legumes, peixe e carne de produção biológica. O início do texto não deixa margem para dúvidas sobre os resultados: 32% do grupo que passou a comer mais saudável deixou de ter sintomas que preenchem os critérios de uma depressão. Do outro grupo, apenas 8% chegou a este estado de remissão.
O estudo é preliminar e precisa de ser replicado em amostras de maior dimensão, avisam os investigadores, mas é o primeiro a responder explicitamente à pergunta: "Se eu melhorar a minha dieta, melhoro a minha saúde mental?". A resposta é sim e, por isso, os cientistas reforçam a importância de unir a nutrição à psiquiatria para o tratamento de doenças mentais.
Esta pesquisa vem juntar-se a tantas outras que, aos poucos, começam a vincular a depressão a alimentos industrializados, o que faz com que, por outro lado, se perceba quais são os alimentos que ajudam a diminuir os níveis de stresse. Conheça alguns deles:
- Cajus. Ricos em zinco, ajudam a combater a ansiedade.
- Espinafres. Tal como outros vegetais de folha verde escura, são ricos em ácido fólico, imprescindível para ajudar o cérebro a produzir dopamina, conhecida como o neurotransmissor do prazer.
- Laranja. A vitamina C, que também se encontra em grandes quantidades no Kiwi, por exemplo, além de estimular o sistema imunológico, também ajuda a diminuir o cortisol, a chamada hormona do stresse.
- Aveia. Tal como todos os hidratos, também a aveia ajuda a aumentar os níveis de serotonina no cérebro, o que promove o bom humor e ajuda no relaxamento. A diferença é que, ao contrário dos doces ou das batatas fritas, não prejudica o organismo e obriga a uma digestão mais lenta e, por isso, com efeitos mais duradouros.
- Chocolate. Está mais que provado que uma pequena quantidade de chocolate por dia (entre 40 a 50 gramas), de preferência negro, reduz o nível de hormonas de stresse.
- Ostras. A um nível mais excêntrico, também as ostras podem ser uma boa opção para relaxar (a cabeça, não a carteira). Seis ostras têm mais de metade da dose diária recomendada de zinco, essencial para combater o stresse e o cansaço.