2022 é o ano no qual, uma vez mais, colocamos todas as expectativas de que as coisas melhorem e que possamos, de uma vez por todas, regressar à normalidade. Sem contar com o desejo de que a pandemia acabe, e que este vírus desapareça, esta é a altura em que fazemos uma retrospetiva do que aconteceu nos últimos 365 dias: do que podíamos ter feito melhor e não fizemos, do que queríamos concretizar e não concretizámos.

Pensar nos objetivos que não cumprimos, e perceber o porquê, e traçar novos objetivos para o ano que vem é produtivo ou pode levar à frustração?

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Catarina Graça, psicóloga na Clinica da Mente, explica que considera que é bastante produtivo e explica porquê. "Acho que na vida temos de ter sempre um propósito. Temos de ter sempre objetivos — e nem falo de grandes objetivos. Considero que manter uma rotina produtiva no nosso dia a dia também nos faz sentir mais confiantes e com a nossa autoestima mais em cima", defende.

De acordo com a psicóloga, não há nenhuma forma rápida que melhore a autoestima ou nos deixe motivados. "É com experiências. Propormo-nos a fazer as coisas, a atingir determinados objetivos e vermos que conseguimos atingi-los. Acho que isso é que nos recarrega e por esse motivo é que é tão importante olharmos para trás, fazermos um balanço das coisas que conseguimos fazer e até mesmo pensar sobre o que não conseguimos e percebermos o porquê", explica à MAGG.

"Ao desenharmos objetivos é importante percebermos se temos as ferramentas necessárias para os alcançar"

Muitas vezes, o problema está, segundo a especialista, em colocarmos as expectativas demasiado elevadas. "Ao desenharmos objetivos é importante percebermos se temos as ferramentas necessárias para os alcançar, porque se não vamo-nos desiludir e frustrar — e isso já traz sentimentos mais negativos."

Catarina Graça defende que ambicionar é sempre bom, " porque nos faz sonhar e focar em algo que queremos", mas, para termos um objetivo concretizado, é preciso perceber o que precisamos para que tal aconteça.

Além dos grandes objetivos, a psicóloga realça ainda que o mais importante é traçar metas diárias. "Com o ritmo a que vivemos no nosso dia a dia, por vezes, quando reparamos, já passou um mês ou dois e nada fizemos para termos tempo para nós, para termos uma rotina alimentar boa, por exemplo, ou para fazer exercício físico", diz, referindo que é muito importante percebermos o ritmo ao qual vivemos porque, " por vezes achamos que é o normal e não é".

Para as pessoas que se rendem à procrastinação, a especialista deixa o conselho de que se faça alguma coisa diariamente para alcançar os objetivos estipulados. "Aqui vai já no autoconhecimento, que com uma psicoterapia ou com apenas um momento introspetivo, a pessoa consegue lá chegar e perceber onde está a falhar", remata.