
Que atire a primeira pedra quem não começou com dores de ouvidos ao segundo dia de férias ou trocou o areal pela sala de espera das urgências com os miúdos a latejar com as mesmas queixas. Bastante frequentes no verão devido aos mergulhos na praia e na piscina, as otites são muitas vezes desvalorizadas, mas continuam a ser uma das principais causas de perda auditiva temporária — e até permanente — em crianças e adultos. A infeção, causada por vírus ou bactérias, pode ter consequências sérias quando não tratada de forma adequada.
“Muitas pessoas não associam otites repetidas a potenciais alterações auditivas. Mas quando não tratadas corretamente, estas infeções podem deixar consequências duradouras, sobretudo nas fases precoces do desenvolvimento", refere Celso Martins, audiologista e Responsável Técnico da Minisom, em comunicado.
E sabia que existem várias formas de otite? A otite média é a mais comum, especialmente em crianças até aos 10 anos. Esta pode provocar dor intensa, febre, perda auditiva e, em casos mais graves, perfuração do tímpano.
Já a otite externa, conhecida como “ouvido de nadador”, afeta sobretudo praticantes de desportos aquáticos e está associada a inflamações dolorosas no canal auditivo.
Por fim, a otite serosa é frequentemente silenciosa e progressiva, sendo responsável por muitos casos de surdez infantil devido à acumulação de fluido no ouvido médio, pode ler-se na mesma comunicação.
Esteja atento aos sinais de alerta:
- Dor de ouvido;
- Febre;
- Fadiga;
- Tonturas;
- Recusa alimentar nas crianças;
- Perda auditiva súbita;
- Em bebés e crianças pequenas, os sinais podem ser mais subtis, como choro persistente ou dificuldade em dormir.
Já no que diz respeito à prevenção, esta passa por cuidados simples como evitar o uso de cotonetes, secar bem os ouvidos após o banho ou atividades aquáticas e procurar vigilância médica ao menor sinal de infeção.
“A vigilância auditiva após episódios repetidos de otite é essencial. Em muitos casos, uma avaliação atempada pode evitar que uma infeção passageira deixe marcas duradouras”, reforça Celso Martins.