O workshop tem como nome "Grávida? Os segredos da comida segura", mas é dirigido tanto a quem já têm alguns meses de gestação, como a quem ainda está a pensar engravidar.
"É grávidas e para quem está a pensar, por exemplo, em 'como é que me protejo de uma intoxicação alimentar se quero ficar grávida?'. Obviamente que nunca a quero ter, mas no primeiro trimestre é preciso estar especialmente alerta", refere Susete Estrela, autora do livro "Sabe o que anda a comer?".
O workshop, com data marcada para 10 de outubro e duração de duas horas, tem então como propósito ensinar as futuras mães a serem consumidoras mais atentas e astutas, a simplificar as questões à volta da alimentação, dar soluções para idas às compras mais seguras e até para o momento de armazenar os alimentos no frigorífico, de modo a diminuir o risco de contaminação cruzada e possíveis doenças alimentares daí decorrentes.
"A alimentação pouco segura tem uma grande interferência [na gravidez] e eu sinto que não se fala muito. Só se fala de nutrição. Sinto que a minha missão é esta", refere a engenheira alimentar. É que, apesar de o Instituto Ricardo Jorge referir que a infeção por Listeria — bactéria que dá origem à listeriose cuja principal via de transmissão é através do consumo de alimentos contaminados — não é comum, de acordo com o Safe Consume esta é a quinta maior causa de intoxicações alimentares na Europa.
Além dos idosos e dos doentes imunodeprimidos, as grávidas e recém nascidos estão entre os grupos de risco de contaminação por esta bactérica, razão pela qual este vai ser um dos principais temas abordados no workshop. "A Listeria pode causar abortos espontâneos, bebé de baixo peso, um bebé doente quando nasce. Pode afetar o feto sem que a mãe nunca note nada", uma vez que pode demorar até 70 dias para se manifestar, explica a especialista para destacar a importância de prevenir a infeção por Listeria.
E basta algo tão simples para prevenir como saber comer queijo. É verdade que os médicos indicam que as grávidas não podem comer queijo fresco devido à Listeria, mas os curados são permitidos. Mas será que mesmo estes não representam riscos? "Basta ir ao supermercado. A pessoa que tocou naquele queijo [fresco] tocou, com as mesmas luvas, no queijo curado?", se a resposta for sim, algo não está correto e, de acordo com Susana Estrela, é apenas um dos exemplos de possível contaminação cruzada.
A engenheira alimentar compara até a Listeria à COVID-19, referindo que quantos mais testes forem feitos, mais cedo é possível detetar a doença e prevenir riscos para o feto. Para além dos perigos da Listeria, outro dos assuntos destaque do workshop é o mercúrio.
"Quando entra no organismo, pode não prejudicar a mãe, mas prejudicar o feto. A longo termo, pode afetar o desenvolvimento cerebral da criança, por exemplo", indica Susete, embora não descarte a opção de uma mãe ir a um restaurante de sushi no qual confia, devendo optar por peixes mais pequenos pelo facto de ter menor quantidade de mercúrio.
A especialista não gosta de falar em alimentos proibidos, mas sim em alimentos desaconselhados, até porque "não existem alimentos 100% seguros", refere. O workshop "Grávida? Os segredos da comida segura" surge assim no sentido de potenciar o conhecimento sobre a segurança alimentar focada na geração de uma nova vida, tema que é transversal às mães e pais.
"Se o marido partiu os ovos e de seguida foi fazer a salada e não lavou as mãos entretanto, pode passar uma salmonelose à grávida. O workshop é para os casais que estão grávidos", brinca Susete Estrela.
Pode inscrever-se através do site, mas atenção que as vagas são limitadas. A sessão tem um custo de 47€.