Chama-se Wordle e é uma espécie de mini-palavras cruzadas, mas sem direito a pistas. Começa-se por escolher qualquer palavra de cinco letras, escrevendo-a na grelha. As letras incorretas surgem a cinzento. As letras corretas passam a amarelo e, se a letra estiver também no sítio certo, fica verde. Os utilizadores têm seis tentativas para adivinhar a palavra. E a premissa é simples: quanto menos tentativas melhor, como no golfe, nada mais.

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Mas, afinal, porque é que o mundo se rendeu a este jogo para o telemóvel, que passou de 90 jogadores em outubro do ano passado para 300 mil no início deste mês? É simples: é leve, grátis e surge com o principal objetivo de nos distrair do ciclo de notícias caótico que domina os nossos dias. E o melhor? É viciante, sim, mas precisa apenas três minutos de dedicação diária.

“É algo que nos incentiva a gastar três minutos por dia”, explica o criador Josh Wardle, engenheiro de software numa entrevista à revista "Times". "Não exige mais do nosso tempo".

A cada 24 horas, Wardle publica um novo jogo num website criado por si. Não há subscrições. Também não há publicidade, informação de registo ou pedidos de dinheiro.

"Não compreendo por que razão uma coisa não pode apenas ser divertida. Não tenho de cobrar dinheiro às pessoas por isto", rematou o criador, que deixa a ressalva de que o jogo é totalmente grátis e "gostaria de o manter assim".

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E, para muitos, o novo fenómeno da internet já se tornou parte da rotina diária. Como é o caso de Deepak Venkatasubramanian, de Charlotte, Carolina do Norte, que vê o "Wordle" como um jornal matutino. Diz que é revigorante ter uma sensação de rotina durante uma pandemia.

Quando era criança, jogava um jogo de palavras semelhante nas viagens de família e ,agora, joga "Wordle" num grupo de conversação com os amigos para manter o contacto — e até já criou uma folha de cálculo para registar as pontuações, avança a CNN

E não é o único que faz questão de registar o resultado do jogo. "Wordle" ficou ao rubro nas redes sociais e grupos de conversação, depois de Wardle ter criado uma maneira fácil de partilhar os resultados permitindo aos utilizadores copiarem e colarem os quadrados coloridos sem revelarem a palavra. Milhares de pessoas publicam as suas pontuações todos os dias no Twitter, revelando se foram muitas ou poucas as suas tentativas para resolverem o enigma e em que ordem.

Além do conteúdo, até a história por detrás da criação do jogo. O “The New York Times” noticiou que o jogo é, na verdade, uma história de amor, já que foi criado por Josh Wardle para a sua companheira, que adora jogos de palavras. Sim, leu bem. Wardle é o apelido do criador e até o nome do jogo, Wordle, é um trocadilho.

O engenheiro de software acabou por trazer o projeto a público em outubro, depois de se tornar popular num grupo de conversação da família. Desde então, aumentou de 90 jogadores para 300 mil, no início de janeiro.