O primeiro-ministro, António Costa, e a mulher, Fernanda Tadeu, estiveram na manhã da véspera de Natal, 24 de dezembro, no programa "Dois às 10", da TVI, e revelaram alguns pormenores do Natal em família, este ano em número reduzido.
"Igual não é. Porque estamos com a família reduzida", começou por dizer Fernanda Tadeu sobre este Natal, referindo-se ao facto de a filha e o marido terem testado positivo à COVID-19 e estarem em isolamento profilático. Ainda assim, apesar de no ano passado a Consoada e almoço de Natal terem sido dedicados à gastronomia italiana, "como não era Natal, decidimos que não era mesmo Natal", afirmou António Costa, este ano será seguida a tradição, que começou a ser preparada ainda antes de chegarem à estação de Queluz de Baixo.
"O peru está no forno, mas só quando sairmos daqui é que vai começar a assar aquelas seis horas", disse a mulher do primeiro-ministro. As compras são feitas por Fernanda Tadeu e este fica apenas com o que falha na lista — este ano, "duas saladas e ananás", disse António Costa que já tinha sido avisado pela mulher.
"Quem faz as compras normalmente sou eu. Mas depois falham sempre umas coisinhas que é ele que faz. As compras de última hora é ele que faz", revelou a mulher do primeiro-ministro. Tal como a divisão de tarefas, a escolha dos locais também não é igual. "Há uma rotina de Natal, mas não vamos aos mesmos sítios. Normalmente eu vou aos sítios maiores e ele vai ao pequeno comércio, porque são aquelas coisas mais fáceis de comprar no pequeno comércio. O ano passado, por exemplo, vivíamos num sítio diferente, tínhamos uma mercearia maravilhosa onde praticamente íamos os dois comprar grandes coisas da mercearia. Mas não havia peru, por exemplo", continuou.
A mercearia a que se referia é o Minimercado Isidoro, em Benfica, e um dos proprietários revelou ao programa o que Fernanda mais comprava. "As empadinhas, os queijinhos frescos, gastava de tudo um pouco. Os legumes, sempre fresquinhos, a fruta", revelou José Isidoro.
Já a mulher e também proprietária, Maria, recordou um pedido de António Costa. "Uma vez, o senhor primeiro-ministro disse-me assim: 'Olhe, apetece-me fazer uma cataplana. O que é que lá pomos mais?". Maria sugeriu tomate e António Costa pediu umas "ervinhas de cheiro" — coentros e hortelã, contou a proprietária.
Outra das coisas que levavam era Bolo Rei, que este ano será da mesma mercearia graças ao cabaz entregue pelo apresentador Cláudio Ramos. A este juntar-se-á o peru e em redor estará o primeiro-ministro, a mulher, o filho, a nora e a mãe, a jornalista Maria Antónia Palla — seis pessoas — tal como referiu na conferência de imprensa desta terça-feira, 21 de dezembro, dia em que anunciou ao País novas medidas de contenção da pandemia da COVID-19 para o Natal e Ano Novo e também para o período de contenção, antecipado.
"Quero agradecer a todos os cuidadores"
António Costa esteve no programa das manhãs da TVI três dias depois da última reunião do Conselho de Ministro antes do Natal. Na entrevista não fez recomendações, apenas desejou um bom Natal. "No meio desta incerteza toda da pandemia, e com a variante [referindo-se à Ómicron], que é de facto muito agressiva — acho que toda a gente conhece alguém que está neste momento contaminado —, quero desejar, nestas condições, o melhor Natal possível a todos. Muito bom ano e, sobretudo, a todos os que estão doentes, que recuperem rapidamente e com a maior tranquilidade possível".
Já a mulher, após ter feito um apelo relativamente à vacinação das crianças, argumentando que "é urgente que as crianças voltem a ter normalidade na escola", deixou uma palavra aos cuidadores. "Quero agradecer a todos os cuidadores que estão nos hospitais, nos lares, que são cuidadores informais e que cuidam dos seus familiares mais vulneráveis. Obrigada, porque fazem Natal todos os dias", terminou Fernanda Tadeu, que se emocionou pelo facto de a mãe, Alzira, não poder estar presente no Natal.
Na entrevista de António Costa no "Dois às 10", que aparece num programa de daytime pela terceira semana consecutiva, o primeiro-ministro falou ainda sobre o desafio de governar em tempo de pandemia, sobre a desilusão que sentiu perante o chumbo do Orçamento de Estado e a projeção para as eleições legislativas a 30 de janeiro.
"Acho que as pessoas têm muito bom senso e percebem que neste momento tão difícil que estamos todos a atravessar, não há tempo para trapalhadas, é tempo para haver paz, tranquilidade, acalmia. Acho que, gostando mais do PS, menos do PS, mais de mim, menos de mim, há uma coisa que as pessoas percecionam, que é uma coisa que eu tenho jeito: pôr as pessoas à volta da mesa, a conversar, procurar gerar consensos. Acho que é isso que o País precisa", diz.