Se é das pessoas que adoram ver documentários, séries, filmes sobre crimes reais ou se conhece alguém que assim é, não se preocupe que não enlouqueceu - há uma justificação biológica.

Essa curiosidade mórbida é justificada por especialistas como uma maneira de nos prepararmos para situações semelhantes no mundo real. De acordo com o "New York Post", Coltan Scrivner, cientista pesquisador do Laboratório Recreativo do Medo da Dinamarca, explicou que há sempre uma aprendizagem associada.

Documentário sobre o assassinato de Gabby Petito está quase a chegar à televisão portuguesa
Documentário sobre o assassinato de Gabby Petito está quase a chegar à televisão portuguesa
Ver artigo

Lá porque gostou de ver a série sobre o Jeffrey Dahmer ou "Night Stalker" na Netflix, não quer dizer que seja mais propenso a cometer crimes violentos. "Há uma diferença entre tornar-se insensível a ver conteúdo gráfico através da televisão e estar bem com o conteúdo gráfico a acontecer ao seu redor", explicou o cientista.  

Isto vai ao encontro de um estudo realizado pelo OnePoll com fãs de crimes reais, em que estes confessam que ao consumirem este tipo de conteúdo, sentem que são capazes de evitar que situações semelhantes ocorram consigo. "Se essa situação perigosa acontecer, [quem vê] está um pouco mais preparado e sabe o que deve ou não fazer", explicou Scrivner.

Mas o consumo destas séries e filmes documentais podem ter impacto nas relações sociais. 71% dos inquiridos consideram que não confiam tanto noutras pessoas por assistirem tanto a este tipo de conteúdo. Nesse inquérito, que envolveu duas mil pessoas, a média de conteúdos de crimes reais a que os respondentes assistem é de cinco por mês e 75% confessa assistir ao conteúdo assim que é lançado. No estudo, 44% dos inquiridos consideram ter um serial killer favorito e 67% gostava de ter a oportunidade de falar com ele.