O regresso de "Masterchef Portugal" à RTP1 está agendado para 20 de novembro. A quinta temporada do concurso para cozinheiros amadores, que vai ser exibida depois do "Telejornal", conta com os chefs Marlene Vieira, Óscar Geadas e Vítor Sobral como jurados.
As identidades dos concorrentes continuam no segredo dos deuses mas, na apresentação da nova edição do formato, esta sexta-feira, 5 de novembro, ficámos a saber que o novo "Masterchef Portugal" vai dar destaque e primazia à gastronomia tradicional, aos produtos locais e à tradição portuguesa.
"A RTP teve a coragem, juntamente com a Shine [Iberia, produtora do formato] de mostrar que Portugal não é só o litoral, que Portugal não é só Lisboa e Porto. Há mais Portugal", disse Óscar Geadas. O chef de 44 anos, natural de Bragança e o responsável pela conquista da primeira estrela Michelin atribuída a um restaurante transmontano (G Pousada, em 2018) ressalva que o programa da estação pública de televisão é uma oportunidade para " dar a conhecer um pouco da história gastronómica do nosso País".
O chef transmontano afirma ainda que "o 'Masterchef' não é um programa, é uma escola". "Apercebemo-nos de que os concorrentes vinham com uma ambição, que era serem cozinheiros. O programa abre-lhes a porta para poderem começar uma vida profissional."
Aos 54 anos, além de ser o veterano dos jurados, Vítor Sobral é também o que tem um maior número de estabelecimentos (Tasca da Esquina, Peixaria da Esquina, Padaria da Esquina, Dom Roger e Otro Restaurante). "Valorizar as pessoas e a parte emocional delas" e "aquilo que é português" foram, de acordo como chef, dois dos aspectos mais importantes ao longo das gravações desta edição de "Masterchef Portugal". Mas há mais.
"Muitas vezes, criam-se mitos em relação à cozinha. Na cozinha, tratamos bem as pessoas. Não somos mal-educados, nem com os colaboradores, nem com os clientes e a postura de um líder na cozinha tem de ser construtiva e não destrutiva", salienta Vítor Sobral. "E vocês vão ver que uma das maiores dificuldades que temos aqui é quando alguém tem de ir embora. Custa-nos despedir-nos deles. Quando temos de os corrigir também ficamos zangados, mas sempre com espírito construtivo e a enaltecer sempre as pessoas", admitiu.
O veterano relembrou ainda as dificuldades que o setor da restauração atravessou nos últimos tempos. "A classe dos cozinheiros não passou a melhor imagem para o público, inclusive para a imprensa. Passámos maus bocados e, na minha opinião, acho que fizemos coisas que não têm nada a ver connosco e isto foi uma forma de mostrar que podemos ser competentes, podemos corrigir as pessoas e fazê-lo sempre de uma forma positiva e elas crescerem", salientou ainda Vítor Sobral.
Marlene Vieira, de 41 anos, uma estreante nas lides televisivas, afirma que um dos aspectos mais recompensadores da sua participação no formato (cujas gravações estão na reta final) foi poder "passar esta paixão e ver o resultado, ver o crescimento deles ao longo destes dois meses". "É como se tivéssemos passado um testemunho, é muito bom. É muito gratificante perceber que estamos cá para alguma razão. Além de cozinhar, conseguir passar a nossa experiência para outras pessoas é, sem dúvida, muito bom."
A chef, que é líder do Zunzum Gastrobar, confessou que houve momentos emocionalmente desafiantes ao longo das gravações. "Não foi fácil. Somos três pessoas completamente diferentes, com experiências diferentes. Tivemos momentos de tensão, mas também de alegria e de alguma frustração. Aprender a gerir estas emoções todas não foi fácil, mas garantidamente que saímos daqui muito mais evoluídos. Crescemos muito, foi incrível", disse Marlene Vieira.
O vencedor desta edição de "Masterchef Portugal" terá como prémio final um curso no Basque Culinary Center. Os restantes três finalistas também irão ter direito a uma formação, ainda que mais curta, nessa fundação culinária espanhola.
Os números impressionantes do franchise "Masterchef"
Criado originalmente em 1990, o formato britânico conheceu uma nova vida em 2005. Primeiro na BBC e depois um pouco por todo o mundo. A edição mais famosa é a australiana, mas o franchise "Masterchef" já foi adaptado em 40 territórios.
O sucesso do formato vai além do pequeno ecrã: há atualmente 300 participantes do concurso com restaurantes abertos e três ex-concorrentes que foram distinguidos com estrelas Michelin. Já foram emitidas, na totalidade, 500 edições a nível mundial e há até dois restaurantes "Masterchef".