Fazer uma retrospetiva e tentar prever o que teria sido a sua vida se não tivesse passado por "The Hills", o reality show da MTV que se manteve em emissão entre 2006 e 2010, é tarefa assumidamente difícil. Ainda assim, Heidi Montag (agora Heidi Spratt após o casamento com Spencer Pratt, em 2009) acredita que seria a mesma pessoa que conhecemos hoje.

"Não sei exatamente se seria diferente se não tivesse passado pela série, não tivesse lidado com tantas críticas e não estivesse sob escrutínio público, mas acredito que sim e que teria feito exatamente as mesmas coisas", explicou nunca conferência com vários jornalistas internacionais, na qual a MAGG esteve presente.

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Feitas as contas, são cerca de 15 anos de atenção mediática, ainda que de intensidade variável, a que tanto Heidi e Spencer Pratt, duas das personalidades da série, foram sujeitos.

E a tendência é para que isso continue, até porque os dois estão de volta à televisão desde 2019 com "The Hills New Beginnings", que estreia a sua segunda temporada na próxima segunda-feira, 19 de julho, na MTV. Questionados sobre se se veem próximos do olhar público nos próximos 15 anos, as respostas são assertivas.

"Se Deus continuar a ouvir as nossas preces, sim. Felizmente, o palco da atenção mediática também mudou e agora há muitas pessoas talentosas a ser reconhecidas mundialmente", explica Spencer Pratt, referindo-se ao fenómeno do YouTube ou do TikTok que lançou novos produtores de conteúdo no mercado. Antes, recordando a altura em que passou por "The Hills", "apenas um grupo muito reduzido de pessoas é que passava pela fama". Agora já não será assim.

A influência de "The Hills" e a "estratégia" copiada pelo clã Kardashian

"Não creio que estejamos já no centro do palco [mediático], até porque o palco aumentou. Mas ser famoso é muito divertido", refere. Sobre o impacto que "The Hills" terá tido nos restantes reality shows que se seguiram, Spencer Pratt, prefere "atribuir crédito" a Paris Hilton.

"Quando estava a tentar ser famoso, ela era a minha inspiração. Se tivermos identificar influências, acho que a Kim Kardashian deve qualquer coisa à Paris Hilton [que estreou o seu reality show, "The Simple Life", em 2003]", continua. "Talvez a Kim tenha aprendido alguma coisa a partir de nós, até porque estávamos muitas vezes juntos, mas não tenho dúvidas de que Kris Jenner teria levado aquela família ao sucesso independentemente de haver Speidi [o nome dado à união entre Heidi e Spender] ou não", diz Spencer.

Porém, tanto Heidi como Spencer orgulham-se de ter tido a ideia de combinar um dia e uma hora com paparrazi para que fossem fotografados de forma aparentemente espontânea, mas que na verdade tinha sido engendrada horas antes. Essa ideia, dizem, foi copiada por Kim Kardashian e o resto da família.

"Sei de fonte segura que eles copiaram a nossa estratégia com os paparrazi e recorreram, até, à mesma agência do que nós para o fazer. Eles não podem dizer isso, obviamente, mas eu posso. Provavelmente fizeram um negócio melhor", alegou Spencer Pratt na mesma conferência.

Apesar disso, os dois reconhecem o talento e o sucesso tanto de Kim como da restante família Kardashian. "Apesar disso, percebi a partir do momento em que a conheci, que ela [referindo-se a Kim] era uma máquina na forma como lidava com o estrelato. De uma forma ou de outra, o sucesso viria a estar garantido", diz Heidi.

Recordando "The Hills" e os dilemas de milionários privilegiados

Quando questionados sobre se o regresso ao universo de "The Hills" passava por mostrar ao público o quanto tinham mudado, Spencer revelou que foi quem, desde 2010, altura em que a série terminou, mais ligou à MTV com o objetivo de fazer o reality show regressar.

"Assim que acabou, perguntei-me: 'Porque é que acabou?'. Acabámos a série com mais de três milhões de pessoas e, de repente, havia um novo começo para explorar ainda que se tivesse acabado de fechar um capítulo. Estive, ao longo de dez anos, a ligar para o elenco e para a MTV para que isto acontecesse porque adorava a série e tudo o que lhe era associado, como ir aos prémios", revela

Heidi, pelo contrário, assumiu algum nervosismo quando recebeu a notícia de que a série iria regressar em 2019.

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"Quando percebi que ia entrar, assumi também uma estratégia diferente quando comparada com aquela que usei em 'The Hills'. Foi muito mais desafiante para mim. Disse ao Spencer que não iria gravar como ele, porque teria de estar em casa com o Gunner [o filho do casal, com três anos] e essa seria a minha prioridade. Por isso, gravei um bocadinho aqui e ali, mas foi difícil", diz a socialite. Spencer concorda com a autoavaliação da companheira face à sua prestação na primeira temporada, embora nesta segunda garanta que "a Heidi vai fazer a Cardi B parecer aborrecida".

Sobre o que teriam feito de forma diferente se "The Hills" tivesse sido gravada nos dias de hoje, Spencer faria apenas uma mudança: "Dar oportunidade para que todos os intervenientes da série pudessem dar o seu testemunho e não fosse uma série que partisse apenas do ponto de vista de uma pessoa [referindo-se a Lauren Conrad]." A ideia, tal como explica durante a conferência, não é que o público concorde com tudo aquilo que ouve vindo dos socialites, mas que, "pelo menos, possam ter acesso à verdade daquela pessoa". À sua versão, portanto, tal como clarifica.

Isto leva a que, quando alguma coisa corre mal durante as gravações — e é mostrado no produto final —, "haja a possibilidade de as pessoas envolvidas poderem falar sobre isso e explicar o que aconteceu". E "The Hills: New Beginnings" mostra precisamente isso, o que leva Spencer a caracterizá-la como "metade reality show e metade série documental". Esta ideia contrasta diretamente com a nova série.

"A série original de 'The Hills' foi, em grande parte, fabricada. Era quase como um mundo maravilha e fantasioso, em que muitas das coisas que fiz, fiz porque os produtores me disseram para fazer. Não é que me arrependa, claro, porque era pago para isso, mas gostava de ter tido oportunidade de explicar por que é que algumas coisas aconteceram", continua.

Sobre a participação em "The Hills", Spencer recorda momentos difíceis. "Era um ambiente muito controlado em que aquilo que as pessoas viam era, também, muito controlado. Não era verdadeira. Não me arrependo e foi uma grande oportunidade e claro que adoro ser odiado por milhões de dólares, mas teria mudado isso: possibilitando os testemunhos ao longo dos episódios", revela.

Para Heidi, fazer a série original foi igualmente desafiante. Não só porque a deterioração da sua relação com Lauren "fez parecer como se estivesse em território inimigo", mas também porque não se sentia "bem-vinda ou desejada por ela ou pela produção".

A nova temporada de "The Hills: New Beginnings" estreia-se já na próxima segunda-feira, 19 de julho, às 23 horas, na MTV.