Uma temporada diferente e marcada por cirurgias plásticas mais complexas do que o habitual. É assim que o cirurgião Terry Dubrow, 62 anos, e um dos rostos da série "Botched", descreve à MAGG a sétima temporada do reality show que se estreia em Portugal já este domingo, 11 de junho, no canal E!.

O plano, segundo conta, era que os novos episódios da série tivessem outro "ar" e não abordassem apenas cirurgias complexas. Mas elas foram chegando aos consultórios de Dubrow e Paul Nassif, também cirurgião e rosto do formato. "Operámos pacientes que tinham problemas muitos grandes nos joelhos ou nas coxas, por exemplo, e um dos pacientes foi um homem que tinha sido mordido por um tubarão e, como resultado, não tinha parte do lado esquerdo do abdómen", conta Terry Dubrow à MAGG.

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Em alguns casos, no entanto, entre as primeiras consultas e a operação em questão, passou algum tempo devido aos efeitos da pandemia no país, levando a que "algumas das situações piorassem antes de que pudéssemos começar a resolvê-las", explica. Isso, continua, "conduziu a que esta temporada fosse muito diferente, mas também muito mais desafiante".

"O próprio Paul [Nassif] também fez muitas cirurgias plásticas a si próprio porque, estando sem nada para fazer, passou a olhar-se mais vezes ao espelho", diz.

E se Dubrow já tinha descrito a sexta temporada como uma das mais extremas da série até então, nesta a tendência será para manter. "Nestes novos episódios há muitas coisas que não costumamos fazer ou áreas do corpo que não é habitual tratarmos. O caso do homem mordido por um tubarão é um bom exemplo, mas acompanhámos também um paciente com uma deformidade num joelho e também uma mulher que, devido a uma massa estranha e enorme no pé, não conseguia andar nem correr. Nessa situação, tivemos de arranjar forma de reconstruir o pé de maneira a que, além de se assemelhar a um, pudesse caber num sapato normal."

No fundo, podem esperar-se problemas "muito diferentes" que vão desde a "cirurgia estética à cirurgia de reconstrução".

Quando questionado sobre se há ou não trabalhos impossíveis na área da cirurgia plástica, Terry Dubrow recorda o início da carreira em que se viu obrigado a recusar muitos trabalhos.

"Recusei alguns trabalhos porque não havia nada a fazer. Mas a medicina evoluiu muito e a série 'Botched' também nos permitiu encontrar soluções para aquilo que eram e são problemas complexos", adiantando ainda que muitas das novas técnicas que aperfeiçoaram vão ser utilizadas nesta nova temporada.

As histórias emocionantes e as operações que parecem impossíveis

Sobre quais foram os casos que mais o emocionaram, Terry Dubrow não esconde a vulnerabilidade ao recordar a história de uma mulher bombeira que recorreu aos cirurgiões de "Botched" para resolver uma operação de implantes mamários mal feita. "Trata-se de uma mulher que, por ter ganhado algum músculo e trabalhar num meio composto maioritariamente por homens, queria reforçar o seu lado mais feminino. Para isso, pôs implantes, mas a operação foi um desastre total", refere Dubrow.

"De repente, aquela mulher, que se movimentava num mundo de homens, sentia-se como um homem e parecia-se a um homem. A cirurgia plástica que lhe fizemos reverteu o desastre que tinha sido a operação anterior [feita por outro cirurgião], mas inicialmente, parecia um trabalho impossível ou difícil de reverter", conta. O do paciente vítima de um ataque de um tubarão também é um desses casos, porque há toda a parte psicóloga a ter em conta.

"Estamos a falar de um jovem de 22 anos que não podia tirar a camisola em público porque uma parte do seu abdómen não existia. Não é uma figura de estilo. Não existia, mesmo. Poder devolver alguma qualidade de vida a essas pessoas foi muito gratificante para mim e para o Paul."

Aos 62 anos, Dubrow tem a convicção plena de que uma grande parte da profissão envolve saber gerir o lado emocional dos pacientes. "Não sei se os cirurgiões plásticos têm noção disto quando estão a começar, mas isso [saber gerir as expectativas e lidar com a dor de quem está a sofrer] é 50% de toda a nossa profissão. Não importa só fazer a operação", refere.

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"É necessário haver esse acompanhamento intensivo e atencioso dos cirurgiões aos pacientes, especialmente em termos emocionais e psicológicos." Até porque, continua, no caso de "Botched", muitas vezes é preciso "pô-los num pior estado [em termos físicos] antes de lhes resolvermos o problema e ficar tudo bem".

"Essa é talvez a parte mais difícil de todo o processo", desabafa, mas também a mais desafiante.

Em Portugal, a sétima temporada de "Botched" estreia-se este domingo, 11 de julho, às 20 horas no canal E!.