Miguel Azevedo está na casa do "Big Brother Famosos" desde 27 de fevereiro. De acordo com as sondagens efetuadas até agora, nomeadamente pelo Instagram do programa, o público está encantado com o desempenho do cantor. Ao aceitar o desafio, o artista, tal como os restantes concorrentes, teve de se despedir da família.

Família esta construída com Tatiana Lopes, outrora uma das bailarinas que o acompanhava nos palcos, hoje a mulher e mãe dos filhos do cantor. O par conheceu-se em 2014 e manteve uma relação estritamente profissional até 2016, altura em que "começou a surgir um clima", explicou-nos a bailarina.

Miguel Azevedo perdeu casa durante a pandemia. "Vivi ano e meio no escritório do armazém"
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"Sempre fomos muito amigos, tal e qual como com todos os músicos e bailarinas. Dávamo-nos todos bem, brincávamos. Inicialmente, não pensámos em nada disso", afirmou Tatiana. "Dois anos depois de trabalharmos juntos, começou a surgir um sentimento, e pronto. As coisas foram acontecendo."

Estava quebrada a regra que Miguel Azevedo sempre impusera: ninguém se envolve na estrada. O músico estipulava que os colegas não deviam envolver-se uns com os outros para não se correr o risco de "haver maus climas". "O Miguel tinha essa regra muito bem assente, mas aconteceu", recorda a bailarina de 29 anos.

"Vivíamos juntos, andávamos na estrada juntos, trabalhávamos juntos"

Os dois continuaram a trabalhar juntos até chegarem à conclusão de que o melhor seria seguirem caminhos profissionais diferentes. Isto porque Tatiana tinha outras propostas de trabalho e porque, com o nascimento da primeira filha do casal, era mais benéfico terem horários diferentes para poderem tomar conta de Noa, hoje prestes a completar 3 anos de idade.

Além disso, foi também "para não haver futuramente aquele desgastar de relação". "Vivíamos juntos, andávamos na estrada juntos, trabalhávamos juntos. Não havia um momento em que pudéssemos contar uma novidade um ao outro. O normal entre casais. Nós não tínhamos isso. E acaba por cansar", considera Tatiana.

Há três meses, nasceu Gabriel, o primeiro menino de Miguel Azevedo. O cantor já era pai de Matilde, 12, e Leonor, 10, fruto de uma relação anterior. As duas mais velhas não vivem com o pai e sim com a mãe. Assim, Tatiana está a tomar conta de Gabriel e Noa, que "adora ver o pai no Big Brother".

"Está sempre a pedir-me para pôr o pai na televisão. É a fã número um do pai. Depois começa-se a rir com as brincadeiras que ele faz e começa a dizer 'a Noa gosta do pai'", revelou-nos a companheira de Miguel Azevedo, que já está "cheia de saudades". "Ainda só passaram duas semanas, mas pronto, faz parte. É por uma boa razão".

"Dificilmente o vão ver a discutir com alguém lá dentro. Ele é mais de virar costas"

Tatiana Lopes assegura ter ficado "surpresa, mas ao mesmo tempo entusiasmada" com o convite feito ao marido para integrar o reality show da TVI. "Dei-lhe todo o apoio. Pusemos os prós e os contras em cima da mesa e achámos que faria sentido, nesta altura do campeonato", explicou à MAGG.

O que tem visto na televisão "é Miguel a ser Miguel". "Não vejo nenhuma diferença entre o Miguel que aparece ali e o Miguel que anda em casa. A maneira de estar, a maneira de ser. É exatamente igual", assegura-nos. "É uma pessoa que anda sempre aos beijos, aos abraços, que gosta de ajudar, de brincar. É uma pessoa animada, preocupada, atenta, muito calma, que odeia confusões e discussões."

A companheira de Miguel acha improvável o marido vir a estar envolvido numa tensão. "Para se chatear com alguma coisa, ele tem de estar mesmo com a cabeça muito cheia. Não gosta de estar no meio de maus ambientes. Dificilmente o vão ver a discutir com alguém lá dentro. Ele é mais de virar costas, sair daquele ambiente e deixar a ficar falar sozinho", elucidou.

"Se ele continuar a ser ele dentro deste registo, acho que tem muitas possibilidades de chegar longe. Não digo ganhar, porque há concorrentes igualmente fortes lá dentro", considera Tatiana, que se tem "divertido imenso" a ver o desempenho do pai dos filhos. Miguel, Tatiana, Noa e Gabriel encontram-se a morar em Alcochete, mas, com o surgimento da pandemia da COVID-19, viram-se obrigados a abandonar o lar.

"Abrimos um restaurante na zona de Évora para podermos sobreviver"

Durante ano e meio, esta família chamou "casa" a um armazém no Alentejo. Com a pandemia, "tudo caiu". "No caso do meu marido, ele tinha muito trabalho para esse ano, mas, assim que veio a pandemia, os trabalhos foram todos por água abaixo", recordou Tatiana, acerca da fase em que os eventos foram cancelados e proibidos pelo Governo.

"O meu marido tinha a agenda cheia de trabalho. E de uma agenda cheia a uma agenda vazia... afetou-nos aos dois, mas principalmente muito a ele", disse-nos, explicando dever-se a ser o homem da família e ter enraizada a ideia de que era Miguel quem deveria conseguir sustentá-la. Para Tatiana, valeu a união do casal.

Face às dificuldades económicas que sentiram, colocaram a residência de Alcochete à venda e rumaram para sul. "Abrimos um restaurante na zona de Évora para podermos sobreviver. Unidos, tentámos arregaçar mangas, fazer-nos à vida para tentarmos manter uma vida minimamente equilibrada, dentro do estado em que estávamos a viver", elaborou.

Com a ajuda da mãe de Miguel Azevedo, que foi "cozinheira uma vida inteira" e se encontra agora reformada, decidiram arriscar. "Nunca nenhum dos dois tinha trabalhado na área, mas queríamos experimentar, como tínhamos essa ajuda e como o meu marido é muito conhecido na zona de Évora". O projeto correu bem até decidirem encerrá-lo quando as aliviaram as restrições ao setor da cultura.

"Não foi uma fase nada fácil, mas passámos juntos, ultrapassámos juntos, e isso é o mais importante"

"Quando a área desbloqueou, voltou o trabalho. A empresa dele começou a funcionar e a ter eventos novamente e decidimos retomar a nossa vida, que não ficou adiada, ficou em stand-by", considera a artista. Era tempo de dizer adeus ao armazém e ao restaurante, que foram realidade em tempos menos bons. "Decidimos que a venda da casa já não faria sentido, porque esta casa era o sonho, e não faria sentido prescindirmos dele", pelo que rejeitaram a oferta que receberam e recuperaram-na.

Desde o passado domingo (6) que se tornou público, graças ao segmento "curva da vida", que o casal teve de viver num armazém com os bebés. Ainda assim, é algo que não envergonha "de todo" Tatiana. "Embora tenhamos passado por essa dificuldade, nunca baixámos os braços e ainda nos unimos mais enquanto família para poder lutar", considera a bailarina de 29 anos.

"Infelizmente, a pandemia afetou toda a gente, mas em grande maioria a área da cultura", à qual ambos pertencem. "O dano foi a dobrar". Mas "faz parte da vida, que é feita de ciclos". "Umas vezes estamos em baixo, outras estamos em cima. Não foi uma fase nada fácil, mas passámos juntos, ultrapassámos juntos, e isso é o mais importante", reforça Tatiana Lopes.