Apesar de serem amplamente consumidas ao pequeno-almoço, e de fazerem parte de várias receitas (desde panquecas a bolos), é preciso esclarecer: as bebidas vegetais não são leite de vaca, nem substituem, do ponto de vista nutricional, este produto de origem animal. A discrepância é tão grande que, tendo em conta as suas características, é mais correto vermos esta opção como uma espécie de sumo com sabor a coco, amêndoa, aveia ou arroz.
Por isso, e tal como acontece com os sumos de fruta, é preciso alguma cautela no momento de selecionar. Mas como garantir uma escolha mais equilibrada? Foi sobre isso que a MAGG conversou com a nutricionista Lillian Barros, autora do blogue "Santa Melancia", a propósito do Dia Mundial da Bebida Vegetal, que se celebra esta quinta-feira, 22 de agosto.
A especialista deixa várias pistas sobre os perigos a estar atento na altura de comprar os embalados, destacando todas as vantagens de uma bebida feita em casa.
Comecemos pela parte má: a os produtos industriais, disponibilizados nos supermercados. "Há produtos excelentes, médios e péssimos", refere Lillian Barros. A qualidade nutricional, assim como o preço, variam consoante os ingredientes com que se produziu a bebida.
É por aí que se observa o problema. Espreitando um rótulo, é frequente vermos o açúcar a surgir em primeiro lugar na descrição do produto, o que é péssimo sinal: significa que este é o componente em maior quantidade naquela embalagem, e, como se sabe, está associado a problemas de saúde graves como diabetes ou obesidade.
É deste que se deve manter mais afastado. Além disso, há os aditivos artificiais, também habitualmente utilizados. "Cabe ao consumidor consultar o rótulo nutricional e evitar as bebidas vegetais que são açucaradas ou pouco naturais —adicionadas de vários aditivos artificiais."
Fazer em casa muda tudo. “Em primeiro lugar, podemos garantir a qualidade da matéria prima que lhe dá origem", destaca Lillian Barros, numa alusão aos ingredientes utilizados, desde a amêndoa, à aveia, coco ou soja.
Além disso, permite uma maior consciência alimentar, porque, além da perceção real das quantidades utilizadas, ao sermos nós a fazer, temos a certeza daquilo que estamos, de facto, a consumir. "Podemos controlar todos os ingredientes que são utilizados sem necessidade de utilização de aditivos artificiais supérfluos", refere.
"Podemos obter produtos de extrema qualidade nutricional em casa, indo às origens e com o sabor autêntico. Sem máscaras, intensificadores de sabor, emulsionantes ou adoçantes extra."
O melhor? É que a receita é do mais simples e económico que há — tanto que só tem dois ingredientes.