Nos últimos anos, houve cada vez mais pessoas, de diversas faixas etárias, a recorrer aos suplementos alimentares para colmatar alguma carência de vitaminas ou défice. Apesar de poderem ser comprados e consumidos sem qualquer receita médica, há que ter em conta que cada pessoa tem características diferentes e a ingestão desadequada pode ter consequências negativas.

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Quem o diz é a nutricionista Catarina Lopes, que explica que "os suplementos alimentares são substâncias químicas produzidas especialmente para complementar a alimentação e podem ter uma vertente mais natural, ou não."

Apesar de poderem ter vários benefícios para a saúde, a especialista refere que o grande problema está no facto de as pessoas os consumirem sem qualquer conhecimento do que é mais indicado para a sua situação específica. "É certo que não necessitam de receita médica, mas só por isso, ou por se venderem na ervanária, não quer dizer que sejam naturais", alerta a especialista, em entrevista à MAGG

"Normalmente, o que aconselho, em termos clínicos, é que a pessoa a faça uma pré-avaliação, através de análises clínicas. Por exemplo, no caso da vitamina D — que hoje em dia está muito em voga, porque estamos perante uma população que tem níveis muito baixos de vitamina D — o que eu aconselho é sempre a medir a dosagem que têm no sangue e só depois suplementar", continua.

Catarina Lopes
Falámos com a nutricionista Catarina Lopes créditos: catarinalopesnutri/Instagram

Apesar de nos casos de falta da vitamina D, que se adquire maioritariamente através da exposição solar, ser difícil colmatar sem a toma de suplementos, Catarina Lopes salienta que tomar suplementos sem ter por base uma boa alimentação não é indicado. "É sempre importante alterar a base, ou seja, a alimentação, antes de se suplementar. Até se pode tomar os melhores suplementos do mundo, mas se não houver uma boa capacidade de absorção, não vai ser absorvido." No caso da falta de vitamina C ou ómega 3, por exemplo, é possível aumentá-las com a ingestão de fruta, legumes e peixe adequado, alerta Catarina Lopes.

Consultar um profissional de saúde é essencial. "O excesso de determinadas vitaminas ou minerais pode prejudicar a saúde."

De acordo com a nutricionista, há dois grandes fatores negativos a ter em consideração quanto à toma indevida de suplementos. "As pessoas devem perceber que o que podem estar a consumir não lhes está a fazer bem (porque está com hiperdosagem e o aumento muito grande daquela vitamina ou mineral pode fazer mal). Por outro lado, há pessoas que têm patologias que não beneficiam de determinados suplementos, cuja toma pode ser mesmo má para a saúde." Para evitar que tal não aconteça, aconselha a que se consulte sempre um médico ou nutricionista.

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Além de poderem ser comprados sem receita, Catarina Lopes alerta para o facto de, muitas vezes, os vendedores de suplementos não terem qualquer formação na área da saúde. "No caso dos farmacêuticos, há uma conduta terapêutica a ser cumprida. Ou seja, estes podem sofrer queixas crime por condutas incorretas, mas pessoas que trabalham numa loja ervanária não têm de ter formação nenhuma em nutrição ou saúde."

Segundo a nutricionista, este é um dos fatores que faz com que, muitas vezes, os suplementos alimentares sejam "diabolizados" pela classe médica. "Começou a existir uma procura maior nos últimos anos, mas uma procura sem conhecimento. A pessoa vai à internet, faz uma pesquisa e compra com base nessa pesquisa sem noção de que podem existir efeitos negativos e sem saber se aquele suplemento é adequado ou não para a sua situação", afirma.

Quanto à necessidade de se recorrer a suplementos em determinadas alturas do ano, Catarina Lopes explica que a maioria das pessoas que precisa de suplementação tem de a fazer o ano inteiro. "Não sinto que agora o regresso às aulas ou ao trabalho traga a necessidade de mais suplementos, porque esses [para ajudar a combater o stresse ou a ansiedade] já são tomados." Nestes casos, a especialista realça uma vez mais a necessidade de consultar um especialista uma vez que o stresse e a ansiedade afetam as pessoas de maneiras diferente e, por isso, necessitam também de suplementos diferentes.

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