Ficou conhecido como o "divorciado que pagava por sexo" e chegava a oferecer entre 200€ a 400€ por sessão. Matthias Schmelz, mais conhecido como o "rei dos aspiradores", enfrenta agora a Justiça portuguesa, na sequência de uma acusação do Ministério Público, que avança que o empresário alemão é autor de 27 crimes: 22 de recurso à prostituição de menores, agravados, e cinco de aliciamento de menores para fins sexuais.

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O caso remonta ao período entre 2010 e 2019, o que, de acordo com a acusação, a que o "Correio da Manhã" teve acesso, perfaz pelo menos nove anos de vida sexual ativa com menores em Portugal. Tudo terá começado a partir do momento em que uma jovem conheceu o empresário, detentor do império de venda de aspiradores ao domicílio, através da marca Rainbow, numa discoteca em Lisboa.

Esta jovem, que teria 14 anos à data, e integra uma lista de 10 que prestaram declarações à Polícia Judiciária na investigação, passou a trabalhar para Matthias Schmelz e tornou-se a principal angariadora de novas raparigas dispostas a envolver-se sexualmente com o empresário. Organizava encontros em cafés e, a partir daí, geria a agenda de Matthias Schmelz com base nas que se revelassem interessadas.

Os encontros oscilavam entre uma mansão de luxo no Monte Estoril, em Cascais, e um outro espaço na Avenida Duque de Loulé, em Lisboa. Apesar de não existirem valores fixos, a maioria das sessões valiam 400€ à rapariga presente no ato sexual e outros 400€ à parceira que a angariou, escreve a mesma publicação.

A rede de raparigas que se envolviam sexualmente com Matthias Schmelz aumentava constantemente, sendo que as jovens que repetissem relações sexuais com o empresário recebiam depois mais 200 euros.

Rei dos Apiradores terá ficado obcecado com jovem de 14 anos

Ao que o "Correio da Manhã" apurou, durante quase três meses, entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, Matthias Schmelz nutriu particular interesse por uma das jovens com quem se havia envolvido sexualmente. A jovem, que à data teria 14 anos, admitiu ter mentido ao empresário no primeiro e único encontro sexual que tiveram e, a partir daí, passou a receber ofertas constantes por parte do alemão.

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Schmelz enviava várias mensagens e chegou a subir a parada por sessão, de 400€ para 500€. A jovem garante não ter respondido, sendo que a insistência do alemão começou a deixá-la desconfortável, mas admite que chegou mesmo a receber uma proposta de avença mensal de 1000€. Isto, com a premissa de que teria de envolver sexualmente com o empresário sempre que este quisesse.

Ao que se sabe, a jovem recusou a proposta e qualquer outro contacto com o arguido e acabou por colaborar com as autoridades na investigação do caso.

Alemão alegou não saber que as jovens eram menores

Numa reportagem da TVI, que despertou atenção para o caso, Matthias Schmelz garantiu não saber de que se tratavam de raparigas com idade inferior a 18 anos, mas a procuradora responsável pela acusação garante que o empresário tinha noção de que se tratavam de jovens menores.

Em 2019, já na sequência das acusações de que teria tido sexo com menores, o alemão entregou a sua parte da empresa de aspiradores à ex-mulher, despediu-se dos funcionários via Facebook e abandonou Portugal. Primeiro, rumo a Madrid, em Espanha. Depois, para destino incerto. À data de publicação deste artigo, o "Correio da Manhã" admite que o empresário possa estar a viver na África do Sul.

Ainda assim, sem certezas. A publicação contactou Matthias Schmelz, com o principal intuito de obter reações à acusação do Ministério Público, mas o alemão encaminhou o jornal para Falé de Carvalho, o seu advogado, que não teceu qualquer comentário e adiou as declarações para a próxima terça-feira, 31 de maio. Durante a interação, via WhatsApp, o arguido não revelou a atual localização.

Mathias Schmelz será julgado por um total de 27 crimes, sendo que a lei portuguesa pune com 4 anos de prisão cada crime agravado de recurso à prostituição de menores e, ainda, com um ano de cadeia o de aliciamento de menores para sexo.