Mundialmente estão a ser estudadas e implementadas medidas de controlo e segurança para garantir o menor número de contágios possível com o novo coronavírus. Uma das soluções passa por uma aplicação de telemóvel onde é possível identificar, por meio de bluetooth, onde estão as pessoas infetadas com COVID-19. A solução já está a ser usada em alguns países e o Governo português está a estudar a sua aplicação no nosso país.

O primeiro ministro António Costa disse numa entrevista ao podcast "Política com Palavra", do PS, que Portugal está a trabalhar numa aplicação que alerta os utilizadores que estiveram em contacto com alguém infetado com a COVID-19 para ficarem em casa isolados. Esta aplicação, que não é de uso obrigatório, não guarda a localização dos utilizadores nem revela a identidade dos infetados.

COVID-19. Número de infetados em Portugal sobe para 22.797 e são já 854 os mortos
COVID-19. Número de infetados em Portugal sobe para 22.797 e são já 854 os mortos
Ver artigo

Ainda não há grandes detalhes mas este projeto faz parte de iniciativas criadas na União Europeia para acompanhar, e controlar, redes de contágio da COVID-19, sem que algum valor de privacidade europeu seja violado.

As aplicações que são desenvolvidas na União Europeia baseiam-se no bluetooth, a tecnologia de comunicação que permite trocar informação sem fios e a curto alcance. A vantagem destas aplicações é que não são guardados os dados sobre a localização de quem as utiliza, ao contrário daquelas que usam o GPS.

Se os utilizadores das aplicações têm o vírus, os aparelhos que estiveram próximos do telemóvel do utilizador, nas últimas 48 horas ou até cinco dias antes, recebem alertas, sem que a identidade do infetado seja revelada.

Entre os países que estão a desenvolver aplicações que usam bluetooth incluem-se a Áustria, Itália, Irlanda e República Checa.

Trump sugere injetar desinfetante em pacientes com Covid-19. Já foi arrasado pela comunidade médica
Trump sugere injetar desinfetante em pacientes com Covid-19. Já foi arrasado pela comunidade médica
Ver artigo

Contudo, há ainda outras alternativas em diferentes países. A Polónia quer selfies dos casos suspeitos de 20 em 20 minutos, que é comparada com uma fotografia do cidadão na base de dados, e estas selfies têm de incluir o local onde está. Se o utilizador não o fizer, pode receber uma visita da polícia em casa. Estes casos são obrigados a utilizar uma app de rastreio durante uma quarentena que dura 14 dias, esta aplicação tem também o sistema bluetooth para alertar os contactos do utilizador.

A Noruega utiliza o GPS para detectar e aconselhar pessoas que podem estar infectadas com a COVID-19. Esta app também serve para alertar as pessoas que estiveram em contacto com pessoas infetadas e para perceber os padrões de contágio no país.

França tem uma aplicação que vai ser implementada em maio, "Stop COVID", que se baseia no bluetooth, para detectar casos infetados numa zona, contudo a versão francesa quer partilhar informação de localização dos telemóveis do utilizador com as autoridades de saúde, e o sistema operativo da Apple não deixa que isso se faça.

A China usa um código QR, que identifica grupos por cores : verde, amarelo (potenciais casos) e vermelho (infetados). O código é como um código de barras que ajuda as autoridades a ver a entrada de pessoas em espaços públicos. E desde fevereiro as pessoas têm acesso a uma app que as alerta quando existe um contacto próximo com alguém que possa estar infetado.

A Colômbia usa uma aplicação portuguesa da startup Hypelaps, que deteta a proximidade física entre smartphones e trabalha com hospitais e governos para informar os utilizadores sobre a possibilidade de contacto com pessoas infetadas.