Às 8h30 desta quinta-feira, 14 de julho, Leiria estava no epicentro da preocupação dos bombeiros. Os incêndios em Vale da Pia e em Barrocal-Sicó agravaram-se e a Proteção Civil admite que meios aéreos poderão juntar-se ao combate já nas próximas horas. Portugal amanheceu com cerca de 2.000 operacionais no terreno no combate a 11 incêndios ativos, alguns deles agora controlados — o que permitiu a reabertura de algumas estradas —, mas o cenário revela-se preocupante.
3443 bombeiros em campo e 49 incêndios rurais: 16 em curso, 4 em resolução e 29 em conclusão. São estes os números que o site oficial da Proteção Civil avançava pelas 9h20 desta quinta-feira.
É este o cenário que se regista numa altura em que o incêndio em Faro, que se revelou um dos mais preocupantes durante esta quarta-feira, 13, já está 80% controlado. De acordo com a SIC Notícias, a situação melhorou, mas as autoridades temem reacendimentos, face ao vento que se faz sentir.
Este fogo teve início na noite de terça-feira, 12, no concelho de Faro, perto do local da Concentração Internacional de Motos e da Gambelas Uiversidade do Algarve, avança o "Região Sul". Durante esta quarta-feira, 13, o fogo alastrou-se até ao concelho de Loulé, ameaçando a Quarteira e a Quinta do Lago, com habitações em risco e residentes deslocados. Por enquanto, a situação está controlada, mas as autoridades ainda não festejam vitória.
Com (alguns) fogos controlados, já há estradas reabertas
Esta quarta-feira, 13, os incêndios em território nacional não só ameaçaram habitações e provocaram feridos como levaram ao encerramento temporários de várias estradas de norte a sul do País. É o caso das autoestradas 1 (A1) e 29 (A29), que estavam cortadas devido ao incêndio que deflagrou em Oliveira de Azeméis e atingiu os concelhos de Estarreja e Albergaria-a-Velha, mas já foram reabertas.
"A A29 foi reaberta às 05h24 e a A1 às 05h39", disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR), de acordo com a TSF. Às 06:30 não havia nenhuma estrada cortada devido a incêndios, já que por volta da meia-noite, também a circulação foi reposta na A25 e o no IC2.
Esta quinta-feira será "o dia mais grave"
Para o primeiro-ministro, António Costa, de acordo com as previsões, esta quinta-feira, 14, será "o dia mais grave". "As previsões meteorológicas apontam para que hoje tenhamos o dia mais grave (...). Hoje é o dia onde precisamos de mais cuidado do que nunca", começou por explicar, no final do briefing do IPMA, avança a CNN Portugal.
"Ontem foi um dia muito duro. Mais de 200 incêndios rurais, 7 transitaram para hoje. O quadro meteorológico vai-se manter até ao fim de semana e, por isso, vamos ponderar a necessidade de prolongar o estado de contigência para a meia noite de domingo, pelo menos", acrescentou.
Isto, com a ressalva de que, perante o cenário atual e as previsões meteorológicas para os próximos dias, a decisão deste prolongamento — implementada devido à situação preocupante de calor em território nacional e que pressupõe a proibição de quaisquer atividades em espaços florestais — "vai ser tomada de certeza".
"Vamos ver, em função da evolução meteorológica, se será necessário prolongar para lá de domingo", acrescentou. Espera-se que, ainda com ligeiras descidas, as altas temperaturas se mantenham. Esta quarta-feira, 13, Lousã foi o local de Portugal com 46,3ºC, seguido de Santarém com 46,2ºC, Amareleja com 45,6ºC, Mora com máxima de 45,4ºC, Alvega com 45,2ºC e, ainda, Reguengos com 45,1ºC. De acordo com a CNN Portugal, mais de 50 estações registaram temperaturas máximas entre os 40ºC e os 45ºC.
Face ao cenário atual, António Costa reforça que a resposta "não são mais meios", "são mais cuidados". Segundo frisa, "mais do que nunca, somos nós que devemos ter extremo cuidado", já que "de um pequeno descuido pode nascer uma grande tragédia".