A cantora portuguesa Mónica Sintra está em Marrocos, com a prima e com o filho, Duarte, de 12 anos. E aquelas que deviam ser umas férias relaxantes acabaram por tomar um rumo diferente na sequência do terramoto (e subsequentes réplicas) que se fez sentir esta sexta-feira, 8 de setembro, neste país africano.
Ainda que o epicentro do sismo, de magnitude de 6,8 na escala de Richter, se tenha localizado a mais de 60 quilómetros a sudoeste de Marraquexe, na localidade de Ighil, o abalo foi sentido nesta que é uma das cidades mais povoadas e turísticas de Marrocos, onde a cantora está a passar férias – e de onde só virá embora na segunda-feira, 11.
À MAGG, Mónica Sintra diz que já estava no quarto quando tudo aconteceu, por volta das 23h11. O primeiro instinto, mesmo que ainda não percebesse bem o que estava a acontecer, foi acordar o filho, que estava a dormir profundamente. "Começámos a ir lá para fora e a ver as pessoas todas a dirigirem-se para a receção, que é uma zona ampla que não tem estruturas de edifício à volta", conta.
"Acabámos por nos juntar todos, para perceber o que é que se estava a passar. Demos todos conta de que era um terramoto, mas [estávamos à espera de ver] se iria haver novas réplicas", continua, acrescentando que, minutos depois, foi o que aconteceu. "O Duarte não deu pelo primeiro terramoto, deu só pela réplica", frisa.
Já no átrio, onde os hóspedes ficaram até cerca das 4 horas da manhã, tentou manter a calma, por si e pelo filho. Isto é, tendo em conta que "havia pessoas em pânico, a chorar e a desmaiar", Duarte estava assustado, mas, como explica à MAGG, a mãe diz que fez de tudo para que o filho "sentisse, dentro do que se passou, alguma normalidade".
"Estamos com um sentido de alerta mais apurado"
Mónica Sintra está hospedada no Valéria Madina Club, um hotel de regime tudo incluído e, por isso, bastante virado para o turismo familiar. E mesmo que, ainda que com menos intensidade, os efeitos do sismo se tenham feito sentir, a artista diz que se sente bastante segura.
"O hotel não é uma estrutura alta e parece-me, depois deste terramoto, bem resistente", conta à MAGG, frisando que, a par de "coisas obviamente tortas, mobiliário fora do sítio, paredes rachadas" em áreas comuns, como o restaurante e o bar, e do encerramento do parque aquático e cancelamento de atividades, o funcionamento do empreendimento se manteve.
Aliás, mesmo no meio desta situação infeliz, "as pessoas da animação foram muito queridas com as crianças", admite. "Foram a cada hóspede perguntar se estava tudo bem, como é que as crianças tinham reagido, se elas estavam bem, levavam-nas para jogar futebol, para elas descontraírem um bocadinho", continua.
Quanto às refeições e restantes instalações, "há um funcionamento perfeito, em termos de dinâmica", afiança. E, apesar de se prontificar a dar o seu testemunho, não descura o quão privilegiada é a posição em que está, que contrasta com a realidade dos marroquinos e "daquilo que se está a passar lá fora".
A única coisa, por agora, que mudou é o facto de estar mais cautelosa para aquilo que possa vir a acontecer. "Dormimos vestidos esta noite, para, caso houvesse alguma situação, podermos sair [do quarto] rápido", conta, acrescentando que está "com um sentido de alerta mais apurado".
"Tínhamos ido visitar, nesse dia, o centro de Marraquexe, centro esse que agora está destruído"
Até agora, as autoridades marroquinas adiantaram mais de 2.012 mortos e 2.059 feridos, na sequência do terramoto desta sexta-feira, 8 de setembro. Contudo, Mónica Sintra volta a frisar que, pelo menos no hotel, não se sente insegura e que optou cumprir o plano inicial, ficando em Marrocos até segunda-feira, 11.
"Optei por não antecipar [a viagem], porque, de facto, o hotel onde eu estou, apesar de ter sofrido pequenos danos, não houve feridos, não houve mortos, felizmente. Por isso, vamos ficar até segunda-feira", conta. No entanto, não quer que Duarte fique com uma imagem negativa em relação a este destino e à viagem.
A cantora diz que não lhe mostrou fotos, vídeos ou notícias e que o filho, apesar de estar ciente do que aconteceu, "está um bocadinho alienado" da vertente mais gráfica deste desastre. "Sabemos que é muito grave. Tínhamos ido visitar, nesse dia, o centro de Marraquexe, centro esse que agora está destruído", adianta.
"As pessoas estão a dormir na rua, não querem voltar para casa. E nós até tínhamos agendado uma outra saída, mas não vamos sair do hotel até amanhã [segunda-feira, 11], porque não quero o meu filho com essa imagem na cabeça", frisa, rematando: "O que nós vimos [no início da viagem] foi bonito. É assim que se irá manter".